quarta-feira, agosto 11, 2010
GIALLO - REFÉNS DO MEDO (Giallo)
Depois da decepção que foi O RETORNO DA MALDIÇÃO - A MÃE DAS LÁGRIMAS (2007), eu tinha ficado até sem vontade de conferir o trabalho seguinte de Dario Argento. Mas eis que tive uma grata surpresa com este GIALLO - REFÉNS DO MEDO (2009). Não que se trate de um dos melhores de sua filmografia, mas é um thriller muito bom e com uma carga de tensão e domínio narrativo de dar gosto. O prazer do filme é semelhante ao de ler uma história em quadrinhos de suspense, como "Julia" ou "Dylan Dog". Argento adota uma maior simplicidade visual. A trama também é bem simples. E ao contrário do que o título sugere, o filme não se enquadra exatamente no gênero giallo. Mas o título tem uma razão de ser; só não pretendo contar aqui, sob o risco de estragar algumas surpresas.
O assassino da vez é um misterioso motorista de taxi, que pega suas vítimas - sempre mulheres bonitas -, as desfigura e joga o corpo em algum lugar público. No encalço desse serial killer, o americano Adrien Brody; como vítima, a bela espanhola Elsa Pataky; e como sua irmã, e que pega no pé do detetive, a francesa Emmanuelle Seigner. Que já não mexe tanto com os nossos corações como nos tempos de LUA DE FEL, mas que tem uma presença de cena muito forte. Se Brody parece um tanto canastrão, Seigner convence em seu desespero em procurar a irmã, que é quem mais sofre, presenciando as torturas que o maníaco realiza em outra vítima.
Lançado no Brasil direto em dvd - como sempre, em se tratando de Argento -, o filme tem o seu público garantido, que já deve tê-lo visto antes do lançamento no Brasil, e há também aquele público que desconhece o trabalho do diretor mas que gosta de arriscar, nas videolocadores. Nesse sentido, a presença de atores internacionais pode ajudar. Na verdade, o filme é uma produção Estados Unidos-Itália e os italianos têm um especial fascínio pelas culturas americana e inglesa, o que justifica o grande número de quadrinhos de western produzidos lá, bem como quadrinhos que se passam em Londres. Com o cinema não é diferente. Não preciso lembrar dos westerns spaghetti e dos épicos produzidos na década de 60, que beberam na fonte de Hollywood. Tudo isso justifica o fato de termos um filme falado em inglês se passando em Roma. A diferença desta para outras produções italianas do passado que tinham como objetivo o mercado internacional é que a dublagem é bem mais caprichada. Os tempos são outros e o público é um pouco mais exigente nesse aspecto.
E ainda que Argento esteja em curva descendente, seus filmes nunca deixarão de ser objeto de interesse pelos cinéfilos fãs de horror. E vem aí dois remakes de obras-primas do cineasta feitos por diretores bem respeitados: PRELÚDIO PARA MATAR, por George A. Romero, e SUSPIRIA, por David Gordon Green.
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