quarta-feira, março 24, 2010

A FITA BRANCA (Das Weiße Band- Eine Deutsche Kindergeschichte)






















Acabei de voltar da sessão de A FITA BRANCA (2009) e ainda não sei direito o que achei do filme. Até porque ele não é lá muito fácil de compreender. Mas é uma obra ímpar. Não dá pra sair do mesmo jeito depois de assisti-lo. Michael Haneke se firma como o maior instigador do cinema contemporâneo. Seus filmes podem ser convites à reflexão, bem como convites ao ódio à própria obra. Ele vem incomodando desde seus primeiros trabalhos. E esse é mais um motivo para se respeitar o cinema de Haneke.

O filme mostra uma aldeia alemã no início do século XX, antes de a Europa explodir com o nazismo. Haneke analisa os estragos que uma ideologia - no caso, a doutrina protestante – pode causar numa sociedade. Com uma bela fotografia em preto e branco, o filme nos apresenta a diversos personagens da aldeia, sendo que um deles é o narrador do filme, o professor. O filme começa mostrando alguns estranhos acontecimentos que perturbam a aparente paz daquela sociedade, como o acidente envolvendo o médico do vilarejo, que é derrubado junto com o cavalo, ao passar por um arame imperceptível. Outros incidentes virão.

A sociedade cheia de regras possui algumas figuras de mais autoridade, como o barão, o homem que emprega mais da metade da população da aldeia, e o pastor, que pune seus filhos severamente com frequência. Uma das punições mais impressionantes é a que recebe o seu filho adolescente, que tem seus braços amarrados à noite para não se masturbar novamente. O variado número de personagens às vezes confunde, bem como a utilização de várias elipses, de modo a tornar o filme mais misterioso. Mas isso faz parte de seu charme.

A FITA BRANCA ganhou a Palma de Ouro em Cannes no ano passado.

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