quarta-feira, dezembro 23, 2009
BONEQUINHA DE LUXO (Breakfast at Tiffany's)
Mais um clássico que eu até hoje não tinha visto. Acabei vendo meio que por acaso, quando um colega da escola me emprestou o dvd. Muitas vezes não é a gente que vai atrás dos filmes, mas eles que vêm ao nosso encontro. Foi o caso de BONEQUINHA DE LUXO (1961), de Blake Edwards, que, apesar de usar um registro mais sensível e sofisticado neste filme, já ensaiava uma investida em comédias mais físicas como A PANTERA COR-DE-ROSA (1963) e suas continuações. Mickey Rooney é o principal responsável pelo aspecto mais físico do humor do filme, fazendo o papel do síndico japonês do prédio, que sempre reclama do barulho que a personagem de Audrey Hepburn faz, seja chegando de madrugada de seus encontros, seja organizando festas em seu apartamento.
O curioso do filme é o modo discreto com que a personagem é tratada. Afinal, ela é uma espécie de prostituta de luxo. Ou no mínimo uma mulher muito interessada no dinheiro dos homens para custear o seu estilo de vida. O que não a impede de ser também adorável. Especialmente aos olhos do protagonista, vivido por um ator que até então desconhecia, George Peppard. Ele é novo no prédio e conhece a jovem por acaso. Fica imediatamente encantado e começa a ter um relacionamento próximo da amizade, já que ela dá a entender que não tem interesses sentimentais no rapaz. Ele também é parecido com ela, já que recebe constantemente a visita de uma mulher que sempre deixa dinheiro na cabeceira da cama.
O andamento do filme tem aquele clima de sessão da tarde dos anos 80, afinal, naquela época, os filmes que passavam à tarde eram dessa década. Então, eles me passam uma lembrança daquelas tardes preguiçosas. Digamos que se não fosse pela Audrey Hepburn e a trilha de Henry Mancini, que traz o clássico "Moon River", que se tornou maior do que o filme, eu não teria gostado de BONEQUINHA DE LUXO. Eu mesmo não sabia que a canção tinha sido composta exclusivamente para o filme. Inclusive, Mancine fez a música especialmente para o tom de voz de Audrey, que não era uma cantora profissional e tinha uma voz bem limitada. O final é fiel às comédias românticas tradicionais. E eu gosto do final. Acredito que o filme vai ficando melhor à medida que se aproxima de sua conclusão. Por mais lugar-comum que possa parecer, a direção segura de Edwards, a chuva que cai na sequência-chave e o nosso amor por Audrey Hepburn fazem toda a diferença.
Agradecimentos ao amigo Stênio.
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