Tenho optado por ver estes mini-filmes da série FEAR ITSELF mais pelo pouco tempo que tenho para ver filmes de maior duração do que por estar exatamente interessado neles. Já perdi a fé na antologia, mas no fundo ainda tenho alguma esperança de ver algum trabalho de vergonha nos títulos que ainda falta eu ver. O bom é que eles são curtinhos - cerca de quarenta minutos. É a grande vantagem do curta-metragem: se for ruim, pelo menos acaba logo. Além do mais, não acho justo pegar um grande filme e assistir num momento em que minha mente tem divagado tão facilmente. Sem falar no cansaço que bate quando chego da escola à noite.
John Dahl, diretor de CHANCE (2009), era considerado uma boa promessa no início dos anos 90. Seus thrillers de baixo orçamento MATE-ME OUTRA VEZ (1989) e MORTE POR ENCOMENDA (1993) foram bons exemplos disso. Seu auge em Hollywood, em termos de grande produção, foi com CARTAS NA MESA (1998), que contava com um elenco de astros. Pena que ele acabou não mantendo uma regularidade na carreira - seu último sucesso no cinema foi o bom PERSEGUIÇÃO (2001), cópia ou homenagem a ENCURRALADO, do Spielberg. Na última década, o cineasta acabou assumindo a direção de episódios para diversas séries televisivas (TRUE BLOOD, BREAKING BAD, LIFE, DEXTER, CALIFORNICATION, entre outras).
CHANCE lida com o tema do doppelgänger, isto é, uma versão duplicada do ser humano, geralmente apresentando o seu lado mais sombrio. Na trama, um homem desesperado por um dinheiro vai até uma loja de antiguidades a fim de vender um vaso que ele acredita ser muito valioso. Já havia pagado uma pequena fortuna por essa peça e estava ansioso para lucrar com a venda. Acontece que o dono do antiquário lhe oferece uma quantia muito aquém do que ele esperava e o cara começa a surtar. No fim das contas, ele acaba matando o proprietário da loja num acesso de raiva. Sua única companhia nesse momento de desepero é o seu doppelgänger. Enquanto isso, o cerco vai se fechando para o homem que acabou de cometer um assassinato e quer urgentemente uma saída para aquela situação.
A trama poderia ter rendido uma produção ao menos mais interessante. Uma pena que o resultado não tenha sido dos melhores, com Dahl dirigindo de maneira desleixada e não conseguindo criar uma atmosfera de suspense e tensão apropriada. Na verdade, pouco nos importamos com o destino do protagonista. E isso é o mínimo que se poderia querer de um filme/episódio que já não tinha tantas pretensões estéticas.
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