quarta-feira, março 11, 2009

PUNISHER: WAR ZONE























Dando continuidade à série de posts relacionados aos quadrinhos, chegamos a este PUNISHER: WAR ZONE (2008), que não é exatamente uma continuação do filme de 2004, mas a terceira tentativa frustrada de adaptar o mais violento e implacável dos heróis Marvel para o cinema. Que já tem uma boa tradição de vigilantes, de gente casca-grossa que resolve fazer justiça com as próprias mãos depois de passar por uma situação revoltante. O exemplo mais famoso é o do personagem de Charles Bronson na cine-série DESEJO DE MATAR. Por isso, não deixa de ser uma ironia o fato de o personagem da Marvel teoricamente mais fácil de se adaptar para o cinema ter resultado em três grandes fiascos. Nos anos 80, tivemos aquele filme estrelado por Dolph Lundgren, que modificou bastante a essência do anti-herói, sendo que o resultado foi um corriqueiro filme de ação, desses lançados direto para vídeo na época. O que não é de todo ruim, mas que não honra a importância do personagem.

A segunda tentativa parecia ter mais chances de atingir algum sucesso, mas novamente naufragou. Nem a participação de um ator famoso (John Travolta) ajudou. Pelo contrário: a cada aparição de Travolta, o filme parecia ainda pior. Quando surgiram os primeiros boatos de que a nova adaptação seria a mais fiel de todas, sendo, inclusive, inspirado nas histórias hiper-violentas de Garth Ennis, muito fã ficou feliz. Porém, não foi dessa vez que se criou um filme que prestasse do Justiceiro.

PUNISHER: WAR ZONE tem um enredo que é basicamente inspirado no arco "Bem-Vindo de Volta, Frank", que representa a estreia de Garth Ennis no título do vigilante. Muito da trama é retirado desse inspirado arco, recheado de humor negro e violência. Pena que a tentativa de se criar humor no filme não funcione de jeito nenhum. Os vilões, sendo o principal deles o Retalho, são palhaços chatos e sem graça. Incusive, a cena da "origem" do Retalho é grotesca. A única coisa que presta no filme é a presença de Julie Benz, a Rita de DEXTER, que já havia dado o ar de sua graça em RAMBO IV. O ator escolhido para o novo filme, Ray Stevenson, até que está bem caracterizado e tem um aspecto grosseiro necessário, mas as cenas mais dramáticas tornam sua interpretação ridícula.

Como pontos positivos, temos a hiper-violência. Quando Frank Castle dá um tiro na cabeça de um dos bandidos, ele faz um buraco enorme ou mesmo saca fora a cabeça do inimigo. Mas mesmo essa violência, a certa altura, começa a causar bocejos ou falta de interesse no espectador, devido à péssima direção de Lexi Alexander ou de quem mais a substituiu, quando ela foi demitida do cargo durante as filmagens. O fato é que eu levei uns três dias para conseguir terminar de ver esse filme, de tão ruim que achei. Por isso considero a decisão de a distribuidora brasileira não trazer o filme para os cinemas brasileiros acertada. Afinal, além de ter sido um fracasso de público e crítica nos Estados Unidos, o filme ainda é ruim pra cacete.

Alguns personagens são conhecidos de quem lê as histórias do Justiceiro, como o policial Soap, o assistente Microship (numa péssima escalação de Wayne Knight para o papel) e o mafioso russo Cristu. Mas cada um deles representa mais um erro do filme. As cenas de ação são chatas e tediosas e cem horas de filme parecem duzentas. Espero que dessa vez os executivos de Hollywood criem vergonha na cara e deixem Frank Castle em paz.

P.S.: Quem tem acompanhado as aventuras do Justiceiro no mix Marvel MAX deve estar gostando da atual fase do título, que está trazendo, além de "Justiceiro MAX", seu carro-chefe, a mini-série "A Guerra É um Inferno", com roteiro de Ennis e desenhos do lendário Howard Chaykin, a mini "1985", de Mark Millar, e a divertida "Zumbis Marvel II", de Robert Kirkman.

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