quinta-feira, dezembro 11, 2008
O SILÊNCIO DE LORNA (Le Silence de Lorna)
Visto já faz algumas semanas, O SILÊNCIO DE LORNA (2008) é o tipo de filme que me encontro em dificuldade para falar a respeito. Daí a demora. Não chegou a me entusiasmar quanto o último trabalho dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne - A CRIANÇA (2005) -, mas também não é um filme que mereça ser deixado de lado. Tem a sua importância, além de possuir uma performance impressionante de Arta Dobroshi, a Lorna do título. O SILÊNCIO DE LORNA ganhou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes de 2008, o que não deixa de ser também mais um atrativo ou ao menos uma curiosidade para o espectador dos circuitos alternativos.
A estória gira em torno de Lorna, uma emigrante albanesa que tem um casamento de conveniência com Claudy (Jéremie Renier), um rapaz belga viciado em heroína e com problemas financeiros. O casamento foi arranjado de modo que Lorna consiga uma carta de nacionalidade belga. O marido arranjado receberia um bom dinheiro, já que Lorna já estava no jogo também para se casar com um mafioso russo, também desejoso de ganhar o seu passaporte belga. Para complicar ainda mais a história, Lorna ainda tem um namorado que tem o sonho de construir uma vida com ela na Bélgica.
A protagonista tem o seu fascínio, seja nos momentos em que ela se mostra fria e cruel diante do namorado chorão e dependente de seus cuidados, seja nos momentos em que ela se mostra sensível e consciente da dura situação em que se encontra. O filme praticamente não se utiliza de uma trilha sonora e trabalha com várias elipses, que tornam a narrativa ágil. Pena que os irmãos Dardenne errem um pouco a mão num filme que tinha tudo para ter o mesmo vigor e o senso de desespero de A CRIANÇA, embora eu ainda o prefira ao sufocante O FILHO (2002). Ainda não assisti o mais elogiado trabalho dos irmãos, ROSETTA (1999), o filme que lhes deu a Palma de Ouro.
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