quinta-feira, dezembro 18, 2008
DEXTER - A TERCEIRA TEMPORADA COMPLETA (Dexter - The Complete Third Season)
Em sua terceira temporada (2008), DEXTER continua a curva descendente iniciada com a segunda. Mesmo assim, trata-se de uma série sempre interessante e de entretenimento dos bons. O final da segunda temporada deixou muita gente insatisfeita, pois os roteiristas arranjaram uma forma de tirar um problemão do psicopata "gente boa" ao fazer com que outra pessoa matasse o Sargento Doakes, que havia descoberto sua "identidade secreta". Amarelaram, ao não quererem mostrar um lado ainda mais sombrio do protagonista. Com a morte de Doakes, o posto passa às mãos de Angel, que nessa temporada se torna mais presente. Mas nada como Deb, a irmã de Dexter, que com sua boca cada vez mais suja, é uma das melhores coisas da série.
A trama dessa terceira temporada se inicia a partir do momento em que Dexter adentra a casa de uma pessoa às escondidas e dá de cara com um sujeito, que o ataca. Para não morrer, Dexter o mata, o que vai contra o seu código de ética: jamais matar inocentes. Inocente pelo menos no sentido de não se tratar de um assassino comprovado. Acontece que o cara que ele matou é irmão de um promotor de justiça: Miguel Prado. E Miguel se torna o grande destaque dessa terceira temporada, ao se tornar, inicialmente, cúmplice de Dexter e depois compartilhar com ele de um assassinato premeditado. Enquanto isso, a vida sentimental de Dexter sofre um abalo depois que Rita descobre que está grávida. A solução para os dois acaba sendo inevitável: o casamento. Outra trama importante e paralela mexe com os policiais do distrito: a ameaça de um psicopata cujo modus operandi é deixar o corpo das vítimas faltando pedaços da pele.
Como se pode ver, muita coisa acontece nessa temporada e isso se torna ao mesmo tempo um aspecto positivo e negativo para a série. É positivo no sentido de que DEXTER nunca se torna uma série cansativa para o espectador, mas negativa ao perder a profundidade psicológica apresentada na primeira temporada em prol da estória. Ainda que seja uma série de televisão fechada (Showtime), alguns episódios terminam com ganchos típicos de série de televisão aberta. Não que eu considere isso ruim, mas esses ganchos não funcionam da mesma forma que, por exemplo, PRISON BREAK. Isto é, não me deixam ansioso para ver o episódio seguinte imediatamente. Assim, DEXTER, durante as suas doze semanas, sempre ficava para ser visto por mim depois do episódio de PRISON BREAK, que sempre me pareceu uma série mais atraente. Outro problema da série é que os produtores resolveram amenizar as cenas de violência e nudez, tornando-a mais "família". Dexter Morgan, aliás, se torna um verdadeiro pai de família dedicado, a ponto de deixar de lado a sua frieza para agir com agressividade e brutalidade ao confrontar um pedófilo em determinado episódio.
Apesar de um dos inimigos de Dexter ser eliminado no penúltimo episódio, a season finale ainda reserva muitas surpresas e ação. Dexter se transforma num herói de ação na luta contra o Skinner. Na terceira temporada, a latinidade de Miami é ainda mais explicitada pela presença da família de Miguel Prado e pela maior ênfase dada aos personagens de Angel e Maria, dois dos policiais mais importantes da série. Dá até impressão de que existem mais latinos que americanos na cidade. Momento mais memorável da série: Dexter no cemitério, em busca de um cadáver. Momentos mais chatos: a aparição de seu pai, como uma espécie de consciência, elemento descaradamente copiado de A SETE PALMOS.
DEXTER está concorrendo ao Globo de Ouro nas categorias de melhor série dramática (já adianto que estou torcendo por IN TREATMENT) e melhor ator em série dramática (Michael C. Hall). O ator também está concorrendo ao SAG Awards, prêmio destinado aos atores e atrizes de filmes para cinema e produções televisivas.
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