terça-feira, dezembro 02, 2008

BOLA DE FOGO (Ball of Fire)



Tudo indica que Howard Hawks gostou mesmo de trabalhar com Gary Cooper em SARGENTO YORK (1941). Depois de uma super-produção, Hawks quis voltar a fazer uma comédia ao seu estilo e novamente contou com Cooper, dessa vez fazendo par com Barbara Stanwyck, que funcionou muito bem como uma heroína tipicamente hawksiana. Cooper é muito convincente como uma pessoa de pureza e honestidade, tendo sido essa persona que o caracterizou durante sua carreira.

O problema é que falta ao filme a velocidade característica das comédias do diretor e por isso BOLA DE FOGO (1941) não está entre suas melhores obras, ainda que seja um bom filme e que conte com alguns momentos engraçados. Acontece que apenas alguns momentos engraçados é pouco para uma comédia de Hawks, que costumam arrancar gargalhadas do espectador e ter um timing impressionante. Segundo o próprio diretor, essa velocidade não pôde ser conseguida no filme por causa da própria natureza dos personagens: um bando de velhinhos eruditos que passam o tempo inteiro enfiados nos livros para fazer suas pesquisas, cada um em uma área do conhecimento. O que muda a rotina deles é a chegada em cena de uma mulher (Stanwyck) que trabalha como dançarina de cabaret e que servirá de pesquisa para o estudo de gírias que o professor de lingüística interpretado por Cooper está fazendo. Na verdade, o verdadeiro motivo de ela estar ali é que a casa dos eruditos é um esconderijo perfeito para a namorada de um gângster procurado pela polícia.

Acontece que no tempo que ela passa lá, ela conquista o coração do professor de lingüística e de seus amigos mais velhos, propositalmente parecidos com os sete anões. Inclusive, não chegou a ser negada a influência do clássico desenho da Disney na obra, que contou com Billy Wilder como um dos roteiristas. Outra curiosidade é que Cooper e Stanwyck já haviam trabalhado juntos em ADORÁVEL VAGABUNDO, de Frank Capra, no mesmo ano. Outro nome famoso dos créditos é o do diretor de fotografia Gregg Toland. A mesma estória foi refilmada pelo próprio Hawks em formato de musical em A CANÇÃO PROMETIDA (1948).

Agradecimentos a Ricardo Fontes, que fez a cópia em DVD a partir do VHS da Altaya.

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