quinta-feira, novembro 20, 2008

B13 - 13º DISTRITO (Banlieue 13)



Como sou desses caras que quando se vê admirado pela obra de um cineasta vai à cata de sua filmografia pregressa - sou especialmente curioso quanto aos novos cineastas estrangeiros que estreiam de maneira brilhante em Hollywood -, lá fui eu em busca do filme que revelou Pierre Morel para o mundo: B13 - 13º DISTRITO (2004), que é muito mais popular do que eu imaginava. A molecada já conhecia e apreciava o filme. Depois que eu me lembrei que meu sobrinho tinha chegado com o DVD lá em casa uma vez e eu não dei muita bola por não saber do que se tratava.

Mas depois que soube que BUSCA IMPLACÁVEL (2008), o excelente thriller estrelado por Liam Neeson e que se tornou uma das melhores surpresas de 2008, era do mesmo diretor, tive que conferir esse B13. Assim, numa das cada vez mais raras idas à locadora, aproveitei pra perguntar se eles tinham B13 - 13º DISTRITO. E a moça da locadora nem precisou olhar no sistema. Disse logo que tinha e foi logo buscar. Acho que foi a primeira vez que isso aconteceu. Sinal de que o DVD deve ter sido muito locado.

B13 - 13º DISTRITO, assim como BUSCA IMPLACÁVEL, é produzido por Luc Besson e conta com uma estória passada no futuro como desculpa para as elétricas cenas de ação. Um tipo de cinema de ação que rivaliza com o que é produzido no gênero em Hong Kong e na Tailândia. E assim como acontece com os filmes de ação produzidos nesse dois países, os astros do filme são atletas, caras que não precisariam de meses ou anos de aprendizado para interpretar o papel de mestres da pancadaria nem de dublês. Claro que isso pode não agradar àqueles que se importam com interpretações, mas para esse tipo de filme, isso não chega a ser muito importante. No entanto, em BUSCA IMPLACÁVEL, Liam Neeson, que não é nenhum atleta, mandou muito bem nas cenas de ação e o resultado foi melhor, o cara é um grande ator. Portanto, isso é relativo.

A trama se passa no futuro, num bairro super-violento, onde a polícia sequer ousa penetrar. É mais ou menos o que acontece nos morros cariocas de hoje, embora aqui no Brasil ainda haja, vez ou outra, alguma resistência policial, e todos saibamos que o que existe em geral é uma grande trégua se alternando com uma guerra civil. B13 se inicia com um grupo de gângsters em busca de um rapaz que possui quilos de heroína para devolver para o chefão local. O cara, além de não devolver, estraga o material e corre saltando pelos prédios. Depois, tem a sua irmã raptada pelos bandidos como forma de fazer com que ele se entregue. O resultado é que ele acaba indo preso, pois a polícia é forçada a apoiar os bandidos e a trama dá um salto de seis meses, quando somos introduzidos ao personagem do policial honesto e que tem a missão de entrar no perigoso bairro e usar uma pessoa que está presa e que tem intimidade com o local para ajudá-lo. As coisas não saem como planejado, mas o sujeito, à sua maneira, acaba ajudando.

A trama, na verdade, nem importa muito. O que faz a alegria dos fãs do filme são as seqüências de ação, que considerei um pouco excessivas e prolongadas. A música eletrônica ao fundo também não me agradou muito. Mas quando as cenas são mais rápidas e cruas, elas me agradam mais. Os personagens não são facilmente gostáveis, já que não há uma intenção dos realizadores do filme de dar aos personagens um mínimo de aprofundamento, o que pelo menos acontece em BUSCA IMPLACÁVEL. Ainda assim, trat-se de um bom filme de ação, com 85 minutos que passam voando.

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