terça-feira, março 25, 2008

UM AMOR DE TESOURO (Fool's Gold)



Em ano de retorno de Indiana Jones, parece natural a volta das aventuras movimentadas, como aconteceu nos 80, com filmes como TUDO POR UMA ESMERALDA e A JÓIA DO NILO, que fizeram grande sucesso, tanto nos cinemas quanto nas inúmeras reprises na televisão. UM AMOR DE TESOURO (2008) marca o retorno da parceria de Kate Hudson e Matthew McConaughey - nunca vou aprender a escrever o nome desse infeliz - depois do sucesso da comédia romântica COMO PERDER UM HOMEM EM 10 DIAS, que apesar de meio boba tinha algum charme. Para a direção do novo filme, foi escalado Andy Tennant, diretor de HITCH - CONSELHEIRO AMOROSO (2005). O resultado é uma sessão da tarde descerebrada que não tem a menor pretensão de fazer algo que não seja entreter a platéia. E até que nesse sentido o filme cumpre seu papel, embora o sentimento de vazio depois da sessão seja praticamente garantido.

Mesmo assim, para os fãs de Kate Hudson, de sua beleza, simpatia e graça, UM AMOR DE TESOURO até que é atraente. O ideal seria, claro, que Kate trabalhasse em projetos mais interessantes, fizesse melhores escolhas para sua carreira, antes que ela vá definitivamente para o brejo, já que beleza e juventude são coisas efêmeras e passam voando. Desde a sua revelação em QUASE FAMOSOS ela não esteve em nenhum trabalho realmente digno de nota. Seria falta de um bom agente? O filme, apesar de se passar no tempo atual, poderia se passar no século XVIII ou em qualquer outra época, já que se trata de uma variação em torno do tema da caça ao tesouro misturado com o açúcar das comédias românticas contemporâneas. O que é o tal tesouro, não importa muito, é um mcguffin, uma desculpa para o andamento da trama. O que importa nesse tipo de filme é a aventura, o humor e o romance. Dos três quesitos, o filme não é bem sucedido de verdade em nenhum, mas como não estou aqui para atacar o filme, tentemos lembrar dos aspectos positivos. (...) Ok, além da beleza da Kate Hudson com pouca roupa e do cenário paradisíaco, não há outros aspectos positivos. E ainda por cima, dentro da trama, tem aquele pequeno detalhe: se a ilha pertencia ao rapper perverso, então, o tesouro seria legalmente dele, não importando quem o encontrasse, não? Mas como questões legais não são a minha praia, deixo a pergunta no ar.

O que se tem notado nesses lançamentos pós-Oscar é que a falta de qualidade predomina. Será que com a repercussão retardada nos cinemas do problema da greve dos roteiristas, a tendência é piorar durante o ano? Talvez a salvação esteja mais uma vez nas mãos dos cineastas já consagrados. O que está salvando os lançamentos atualmente são os filmes do circuito alternativo, pois ver um filme tão fraco como esse traz a impressão de que o cinemão anda mal das pernas. Apesar disso, UM AMOR DE TESOURO foi o campeão de bilheteria em seu final de semana de estréia.

Enquanto isso, eu não me conformo como o descaso da distribuidora Europa e o não-lançamento nos cinemas de À PROVA DE MORTE, de Quentin Tarantino, que já foi adiado diversas vezes e até já saiu da lista de próximos lançamentos. Parece que o destino final do filme vai ser mesmo a telinha.

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