sexta-feira, fevereiro 01, 2008
A PELE (Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus)
Apesar de não viajar pra lugar nenhum nesse carnaval, estou bastante contente com o fato de ficar em casa e ir ao cinema (ou à praia) ocasionalmente nesses maravilhosos cinco dias de folga. Pena não ter entrado em cartaz aqui ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ. Mas eu preciso desses dias de folga pra me recompor. Essa vida de Jack Bauer, de ficar se virando em dois pra dar conta de tanto trabalho não pode fazer muito bem, embora a adrenalina e outras químicas que mexem com meu organismo façam com que eu me sinta mais vivo. Acho que me transformei num melhor professor dos cinco meses pra cá, por exemplo, e isso é algo a se comemorar. Talvez isso tenha sido desencadeado pela avalanche de mudanças que aconteceram nesse pouco espaço de tempo, a maioria delas ligadas ao aspecto profissional, mas também houve um certo tremor no terreno sentimental, embora agora eu tenha voltado à estaca zero. That's life. E nesse carnaval, vou tentar atualizar o blog diariamente e ir riscando da minha lista alguns títulos vistos, ao mesmo tempo que sei que terei mais tempo para aumentar ainda mais a lista. E como hoje estou cansado, falemos de um filme que eu não preciso me esforçar muito pra pensar, até porque é um filme relativamente fraco, apesar de ter os seus momentos e alguns aspectos positivos. A começar pela presença de Nicole Kidman.
Nota-se que a carreira de Nicole não foi mais a mesma desde a separação com Tom Cruise. Ela deve ter trocado de agente ou algo do tipo. Ou então quis seguir um caminho distinto de seu ex-marido, embora INVASORES tenha um clima parecido com o de GUERRA DOS MUNDOS. Ambos são refilmagens de filmes de ficção científica da década de 50. Mas de uma coisa não se pode reclamar dela: ao contrário de Tom Cruise, que com freqüência procura "portos seguros" na figura de grandes cineastas, ela opta com freqüência por cineastas independentes e por projetos arriscados que vez ou outra dão certo, caso de REENCARNAÇÃO, ou resultam numa porcaria, como foi o caso de A FEITICEIRA. Acredito que o aparentemente "independente" MARGOT AT THE WEDDING, de Noah Baumbach, por enquanto ainda inédito no Brasil, seja no mínimo um bom filme. E prefiro que ela se envolva nesses projetos arriscados do que parecendo pouco à vontade em produções insossas como A BÚSSOLA DE OURO.
Em A PELE (2006), dirigido pelo Steven Shainberg do ótimo SECRETÁRIA (2002), o resultado infelizmente não é satisfatório, como eu já havia dito - e como a crítica e o público em geral tendem a concordar. Shainberg tinha uma idéia excelente nas mãos e não soube torná-la tão atraente quanto parecia. A idéia era recriar a história de uma fotógrafa especializada em fotos de pessoas estranhas. Diane Arbus, se tivesse sido contemporânea de Tod Browning, quem sabe teria sido sua alma gêmea, tal o apego por pessoas esquisitas. Na internet é possível ver alguns trabalhos de Diane e é realmente muito interessante. Quanto ao filme, ele foca na suposta primeira figura estranha fotografada por ela: um homem com pêlos por todo o corpo e que se mostra para ela uma figura fascinante. No sentido de ter um caso de amor, mesmo. O tal "homem-lobisomem" é interpretado por Robert Downey Jr, que só se revela sem os pêlos lá pelo final, que é até bonito, na praia. Aliás, bom mesmo é o epílogo. E não estou falando isso apenas pela nudez envolvida, mas é que esse foi o único momento que eu queria que o filme continuasse. Ou que se tornasse, a partir daquele momento um outro filme. Mas melhor acabar por cima do que voltar à chatice que é o seu desenrolar. Outro destaque positivo do filme é a bela fotografia de Bill Pope, da trilogia MATRIX, que enfatiza os tons de marrom e bege. O marrom, combinando com a cor dos pêlos do personagem de Downey Jr.
Agradecimentos ao amigo Ricardo pela cópia.
P.S.: LOST is back!! Yes! E o primeiro episódio dessa nova temporada é duca!!!! Estou na torcida para que os próximos sigam com a mesma qualidade. Então teremos a melhor temporada da série!
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