sexta-feira, janeiro 11, 2008
P.S. EU TE AMO (P.S. I Love You)
Quem me conhece ou acompanha o blog há algum tempo sabe que eu tenho uma queda por melodramas e comédias românticas. Mas isso não quer dizer que eu venha a gostar de todo filme feito com a intenção de provocar lágrimas. Não existe nada mais irritante do que um melodrama ou uma comédia romântica - gêneros que costumam se mesclar - mal sucedidos. P.S. EU TE AMO (2007) já mereceria o prêmio "desconfiança do ano" da minha parte só por causa do par romântico central. Pra começar, não consegui "comprar" a escalação de Hilary Swank no filme. Falta a ela uma certa graça e uma capacidade de encantar que chega a prejudicar - aconteceu algo semelhante quando De Palma a convidou para fazer uma femme fatale em DÁLIA NEGRA. E o par romântico dela é o Gerard "This Is Spartaaa!" Butler. Quer dizer, ver o filme seria mais ou menos como assistir a um documentário sobre acasalamento de rinocerontes. E posso até estar sendo agressivo com a comparação, mas prefiro manter a frase, nem que seja só para provocar.:-)
A trama é bem bobinha. Butler e Swank formam um casal que, como qualquer outro, costuma brigar e fazer as pazes. Isso é mostrado logo no prólogo do filme. Depois dos créditos e de uma longa elipse, sabemos que ele morreu de câncer. Estamos no velório dele. Antes de morrer, porém, ele deixa uma série de cartas especiais a serem entregues durante diversos dias e das mais diversas maneiras. A carta sempre termina com "P.S. I love you". O filme tenta a todo custo causar lágrimas ou risadas da platéia, coisa que parece que funcionou para algumas pessoas, como pude perceber com o público da sala, bastante receptivo no dia em que eu fui, rindo nos momentos supostamente engraçados. Tentar provocar risos ou lágrimas não é demérito nenhum, pelo contrário, o problema é que a única coisa que o filme conseguiu comigo foi causar indiferença e até um certo mau estar, com tanta água com açúcar despejada na tela. Quem quase salva o filme em alguns momentos é o elenco de apoio: Lisa Kudrow reprisa o papel de Phoebe em FRIENDS e garante algumas risadas e Kathy Bates sempre está bem nos filmes, por piores que eles sejam.
O diretor, Richard LaGravenese, fez uma segunda parceria com Hilary Swank no drama ESCRITORES DA LIBERDADE (2007), que dizem ser bom, mas confesso que não estou muito disposto a conferir, depois desse balde de água fria. O diretor também contava com outros dois bons títulos no currículo: o documentário A DÉCADA QUE MUDOU O CINEMA (2003), sobre o revolucionário cinema dos anos 70, e uma contribuição com um segmento para o filme coletivo PARIS, TE AMO (2006).
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