terça-feira, novembro 06, 2007

PIAF - UM HINO AO AMOR (La Môme / Edith Piaf / The Passionate Life of Edith Piaf )



Uma vez disseram aqui no blog: - acho que foi o Bruno Amato - "o Ailton gosta de tudo". Bom, se vocês verem os últimos posts, excetuando COISAS SECRETAS, até que eu ando bem "ranzinza" com quase tudo que tenho visto. Mas acho que não se trata de ser ranzinza. São os filmes recentes que vi que não são lá muito bons mesmo. Não recebi com bons olhos nem mesmo os últimos vistos de Hitchcock e Ford. Querem ver textos sobre filmes ótimos, visitem o blog do David, que anda vendo cada filmão na Mostra. Querem ver textos sobre filmes ruins, sintam-se em casa, pois hoje eu estou aqui pra falar de mais uma experiência desagradável: a cinebiografia PIAF - UM HINO AO AMOR (2007), de Olivier Dahan, diretor de RIOS VERMELHOS 2 - ANJOS DO APOCALIPSE (2004) e do clipe de "Salvation", dos Cranberries.

Vendo o filme e não sentindo absolutamente nada além de tédio, sono, impaciência ou vontade de ir embora - ainda por cima que são 140 minutos de duração -, me peguei pensando: acho que os franceses são bons mesmo é em filmes modernos, filmes de vanguarda. Dificilmente eles acertam quando fazem filmes clássico-narrativos à moda hollywoodiana. Tudo bem que o filme não é inteiramente francês - é uma co-produção com a Inglaterra e a República Tcheca - mas como o elenco principal e o diretor são franceses eles são os responsáveis por esse xaropada, por desperdiçar a chance de se fazer um bom filme para contar a vida trágica e passional de Edith Piaf, a cantora mais conhecida da França, cujos hits "La vie en rose" (1945) e "Non, je ne regrette rien" (1956) são tão conhecidos no mundo quanto as canções dos Beatles ou como "Garota de Ipanema", de Tom e Vinicius.

Inclusive, eu comecei a ficar interessado na vida de Piaf assistindo ao filme inglês MEU AMOR DE VERÃO, onde a personagem de Emily Blunt chega a dizer que Piaf chegou a matar um de seus amantes, mas que não foi presa, pois na França crime passional é tratado de maneira diferente. Mas pelo visto ela estava inventando estórias. Pelo que eu vi no filme, não teve nada disso. Na verdade, se ela matou o amor de sua vida foi de forma indireta, já que ele morreu num acidente de avião quando vinha se encontrar com ela.

O filme é narrado com idas e vindas no tempo. Começa com Piaf já velha (Marion Cotillard) caindo no palco durante uma apresentação. E com esse vai-e-vem temporal, vemos momentos da sua infância, quando foi abandonada pela mãe e foi criada num prostíbulo, passando pelo início da carreira, cantando pelas ruas por alguns trocados, até a fama internacional em grandes casas de espetáculos. Emmanuelle Seigner aparece como uma das prostitutas que cuidaram de Edith. Ela aparece distante da beleza e da voluptuosidade dos bons tempos de LUA DE FEL. E o grande Gérard Depardieu, em sua generosidade, faz uma participação pequena, como que para dar apoio ao filme.

P.S.: Legal foi na fila pra comprar o ingresso para o filme. Um velhinho pediu ingresso para a pré-estréia de VIRA-LATA, aquele filme do cachorro que imita o Super-Homem. Ele perguntava para a moça da bilheteria: "esse filme é bom mesmo? o cachorro vira a lata mesmo?". E ela dizia algo como: "não sei lhe informar, senhor". Ele devia estar tirando onda com a moça e saiu rindo. E deve ter se divertido bem mais do que eu.

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