sexta-feira, outubro 05, 2007

PRINCESAS



Sexta-feira. O cansaço bate e a vontade que tenho é de ir pra casa, deitar na minha cama, descansar do cansaço acumulado durante a semana, ler um capítulo do livro do Anthony Steffen ou do segundo volume de "Lost Girls", do Alan Moore, ou ver algum episódio de uma série - deixei baixando THE OFFICE quando saí de casa. Mas como não posso, o negócio é arranjar coragem e ainda ter que encarar uma aula na escola hoje à noite, depois do expediente diurno. Aqui no blog, resolvi tirar hoje da minha lista de filmes a comentar PRINCESAS (2005), de Fernando León de Aranoa, filme que há tempos eu assisti no cinema e não sei porque razão demorei tanto a escrever a respeito. Talvez porque o filme não tenha me falado tanto. Ou se falou, o tempo tratou de apagar. Na verdade, nem sou admirador do elogiado trabalho anterior de Aranoa, SEGUNDA-FEIRA AO SOL (2003). O ponto de interseção dos dois filmes é o fato de ambos abordarem a vida de pessoas marginais. Se no filme de 2003 vemos o drama dos homens desempregados, em PRINCESAS é a vez da dura vida de prostituta.

Como apreciador que sou de filmes mais exploitation, preferia ver um filme mais "forte" e explícito, abordando a rotina das prostitutas. Se bem que se o filme fosse do jeito que eu queria, talvez eu ficasse um pouco desconfortável na sala, devido à predominância de senhores e senhoras de idade que costumam sempre freqüentar essas agradáveis sessões matutinas de sábado. Mas sei lá. Vai ver eles não se chocam mais com nada. PRINCESAS foca a amizade que se forma entre a espanhola Caye (Candela Peña), uma jovem cuja família desconhece sua "profissão", e a emigrante dominicana Zulema (Micaela Nevárez). Elas sonham em encontrar um homem rico que as ame e que as tire daquela vida.

Entre os méritos do filme está a boa química entre as duas rivais que se tornam amigas, o relacionamento de Caye com sua família e as conversas entre as "profissionais" num salão de beleza. Tem também uma bela canção do Manu Chao na trilha, chamada "Si La Vida Te Da". Das duas mulheres, a que mais emociona é a Zulema, pelo fato de ela ser uma mãe afastada de seu filho e pelo resultado trágico da vida que ela leva. O filme também aborda a prostituição pela ótica da invasão estrangeira. As prostitutas estrangeiras, por exemplo, vestem-se de maneira bem mais apelativa, roubando os clientes das espanholas que terão que se adaptar e entrar na onda de usar menos roupa ou até mesmo ficar seminua nas zonas mais underground de Madrid. Haveria a intenção por parte do diretor e dos roteiristas de fazer uma reflexão sobre a agressiva invasão estrangeira na economia espanhola?

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