quinta-feira, julho 12, 2007
HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX (Harry Potter and the Order of the Phoenix)
Continuo achando que a série Harry Potter só tem mesmo valor para aqueles que acompanham os livros de J.K. Rowling. Com exceção do ótimo HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN (2004), dirigido habilmente por Alfonso Cuarón, todos os demais episódios da série só me provocaram sono e tédio. O novo título, HARRY POTTER E A ORDEM DA FÊNIX (2007), dessa vez sob a batuta do inglês David Yates, infelizmente não é mais uma bem vinda exceção. Pelo contrário, pra quem não tem intimidade com os livros, o novo filme é ainda mais chato e cheio de referências, acumuladas ao longo dos volumes anteriores e rapidamente esquecidas por quem não se liga no universo da escritora.
Outro problema do filme - ou pelo menos algo que deve ser psicologicamente esperado pelo espectador - é o excesso de discussões políticas em Hogwarts. Parece que David Yates pegou uma batata quente ao ter que adaptar justamente esse livro, considerado por vários leitores como sendo o mais fraco da série. Assim como aconteceu com o anterior, HARRY POTTER E O CÁLICE DE FOGO (2005), incomodou-me nesse filme a fotografia enevoada e pouco nítida, típica das produções inglesas. Se bem que alguém pode até dizer que isso é proposital, para que o crescente clima sombrio da série seja mais explicitado.
Nesse quinto filme da série, a personagem principal, além do próprio Harry Potter, é a megera sorridente Dolores Umbridge (Imelda Staunton) que usa de suas artimanhas para tomar o poder de Hogwarts das mãos do diretor Dumbledore. O que tira um pouco o filme do marasmo é justamente a tentativa de Harry e seus amigos de se rebelarem contra Umbridge, através de reuniões secretas para praticar a magia. Nessas reuniões, na falta de um professor, Harry é o escolhido para ser o facilitador dos treinamentos.
Talvez por falta de tempo e pra que o filme não fique com uma duração quilométrica e ainda mais chato (138 minutos já é tempo demais, não?), o diretor preferiu não se ater muito aos personagens, concentrando-se mais na trama. Nesse sentido, até que o cineasta fez bem em cortar também várias das possíveis discussões políticas, através do recurso das manchetes de jornais e das decisões de Umbridge pregadas na parede. Porém, não dá pra se gostar de um filme cujo clímax - o momento supostamente mais trágico e que envolve a morte de um dos personagens importantes da série - é um verdadeiro balde de água fria. Para acabar de esfriar o que estava apenas morno.
Quanto ao trio de protagonistas, Emma Watson continua uma graça (queria vê-la em outros filmes), Rupert Grint continua com a mesma cara de amigo boboca e Daniel Radcliffe está cada vez maior, com cara de adulto. Por causa disso, os próximos filmes precisam ser feitos às pressas; senão daqui a pouco o rapaz vai aparecer barbado. O próximo da série, HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE, já está agendado para o ano que vem, tendo novamente o insosso David Yates na direção.
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