terça-feira, junho 05, 2007

ZODÍACO (Zodiac)



Aconteceu nos momentos mais inoportunos. Aconteceu com MARCAS DA VIOLÊNCIA, com MATRIX, com ANTES DA REVOLUÇÃO, com PLANETA DOS MACACOS, com HISTÓRIA REAL, com 12 HOMENS E OUTRO SEGREDO. Um dos maiores inimigos da apreciação de um filme é o sono. Quando estou em casa, vendo um filme na tv, sozinho, não tem muito problema. É só desligar o player e continuar ou recomeçar o filme quando se estiver em melhores condições. E esse sono chato e incômodo, que me deixa com aspecto de zumbi, aconteceu justamente quando eu fui ver ZODÍACO (2007), de David Fincher, um dos filmes que eu estava mais entusiasmado pra assistir. Esse sono é proveniente de um problema de garganta que eu tenho há anos e que nenhum médico conseguiu resolver. Já visitei uns dez otorrinos e um alergologista e nenhum deles resolveu o problema. Com o tempo, descobri que alguns tipos de alimentos provocam esse problema. Assim, não posso comer chocolate, nem castanha, nem presunto ou qualquer coisa de porco, nem mariscos. Mas como não sou de ferro, nem sempre eu resisto às tentações e acabo ligando o botão do "foda-se" de vez em quando. Outro detalhe: esse sono aparece mais quando estou num ambiente com ar condicionado. Agora que eu já falei desses sintomas chatos, pode ser que algum médico leitor do blog de repente possa me ajudar. Mas falemos de ZODÍACO, mesmo assim, usando das lembranças que me restaram e esperar que o filme cresça em minha mente à medida que eu vou escrevendo e repensando.

Um dos maiores méritos do filme de Fincher é ser fiel ao espírito da época, é nos fazer sentir como se estivéssemos nos anos 60 e 70, quando o serial killer conhecido como Zodíaco aterrorizou a cidade de São Francisco. O assassino misterioso enviava cartas criptografadas para a polícia tentar decifrar o código e descobrir a sua identidade. Como a polícia não estava habituada a lidar com esse tipo de jogo, os anos foram se passando e ninguém conseguia pegar o criminoso, que continuava aumentando o número de vítimas. ZODÍACO destaca-se entre outros filmes de serial killers. É praticamente um anti-filme de serial killer, pois ele se concentra nas pessoas que tentaram decifrar o enigma e tiveram suas vidas destruídas pela obsessão pelo assassino.

O trio de personagens principais é composto por um cartunista político (Jake Gyllenhaal), um repórter (Robert Downey Jr.), ambos trabalhando no San Francisco Chronicle, e um policial (Mark Ruffalo). O livro no qual o filme se baseou foi escrito pelo próprio cartunista, Robert Graysmith, hoje com 64 anos e cujo casamento se desfez por causa de sua obsessão pelo caso. No filme, quem interpreta a sua esposa é a adorável Chloë Sevigny, num papel pequeno, mas quando ela apareceu na tela, meu coração bateu mais forte e meus olhos sonolentos se abriram. No mais, ZODÍACO é o tipo de filme cujas perfeições técnicas e artísticas podem levá-lo ao Oscar. Mas, sinceramente, não pretendo revê-lo agora não. Quem sabe em dvd ou se o filme retornar às telonas por ocasião de uma possível indicação ao Oscar no próximo ano...

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