sexta-feira, março 30, 2007
CANDY
Não sei se vocês já repararam, mas é na sexta-feira que meus textos são piores e mais preguiçosos. Como eu não ganho dinheiro pra escrever aqui e acho que os leitores do blog não se importam muito e nem me xingam quando o texto tá muito ruim, então acredito que está tudo bem. Aliás, quero desde já agradecer à turma que tem sido bem legal comigo, dando o toque, por exemplo, quando eu cometo algum erro de informação ou de ortografia, coisas de fundamental importância pra mim. Mas voltando à preguiça da sexta-feira, não sei o que acontece comigo. Geralmente a sexta é um dia de empolgação pra muita gente. Aquela estória de "friday I'm in love", do The Cure. Acho que antes eu era assim. Hoje tenho mais prazer em ficar em casa vendo algum filme ou série de minha preferência do que saindo pra beber ou azarar - coisa que eu nunca aprendi a fazer direito, é verdade. Se bem que eu nem posso beber mais por causa de uma medicação que estou tomando. No máximo, o que eu tomo é uma latinha de cerveja, só pra sentir o prazer do primeiro gole. E por isso fico até um pouco desanimado pra sair, sem poder beber e sentir aquela euforia etílica e passageira. Mas tudo bem. Eu gosto de estar sóbrio. Só não vejo muita graça é estar sóbrio numa festa, como aconteceu dia desses, quando saí com uma turma pra ir lá pra Órbita. Mas nem sei porque estou contando isso. Talvez porque ultimamente não tenho falado dos meus problemas pra ninguém e estou sentindo necessidade de conversar. Antes eu falava mais de minha vida pessoal no blog. Agora o lugar virou meio que exclusivo para os cinéfilos. Ok, vamos ao filme em questão.
CANDY (2006) é um filme irregular com momentos muito bons sobre o relacionamento entre um casal de viciados em heroína. O filme é primo de RÉQUIEM PARA UM SONHO, até no sentido de que há uma certa moral da estória, o que é totalmente compreensível, já que tenho ouvido histórias terríveis sobre o vício em heroína e sobre o quanto isso destrói a vida das pessoas. Assim, o filme funciona como um aviso sobre os malefícios da droga. Logo, se não é grande cinema, ao menos tem o seu valor social.
Além disso, muito do valor do filme se deve às interpretações de Heath Ledger e da gatíssima Abbie Cornish, que pôde ser vista recentemente em UM BOM ANO, de Ridley Scott. Ela é a Candy do título, mas "candy" também é uma palavra usada para designar a heroína. (Lembrando que Mick Jagger já chamou a heroína de "brown sugar" na canção homônima, mas o termo "candy" é hoje mais popular.) O filme é dividido em três atos que se intitulam paraíso, terra e inferno. O curioso é que o terceiro ato, que pela lógica teria que apresentar momentos mais terríveis para os protagonistas, não é o o fundo do poço para eles. O segundo ato pra mim é o mais perturbador. A cena do aborto involuntário é angustiante e é um momento que faz valer o filme. Logo depois dessa cena, o filme anuncia o segmento "inferno". Aí eu pensei comigo: puta merda, se o segmento "terra" foi assim, o "inferno" vai ser de foder. E talvez por isso, eu tenha me decepcionado um pouco com o filme, por causa dessa expectativa que eu criei ao final do segundo ato.
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