quarta-feira, janeiro 24, 2007

ALÉM DO DESEJO (En Soap)



Da pequena mostra de filmes alternativos que aconteceu aqui em Fortaleza recentemente, um dos títulos que eu mais queria ver era o inglês MARCAS DA VIDA, de Andrea Arnold. Pelo que a Camila Vieira comentou, quando a vi na sessão de O TEMPO QUE RESTA no último sábado, trata-se de um excelente filme, o melhor da mini-mostra, segundo ela. Porém, em virtude de compromissos profissionais no dia da exibição, não pude assistir e vou ter que esperar pelo lançamento no circuito. Ou então pela chegada do filme no mercado de DVD, o que é mais provável de acontecer.

Além de C.R.A.Z.Y, pude ver nessa mostra este ALÉM DO DESEJO (2006), filme que só fez aumentar a minha atual antipatia com o cinema produzido na Dinamarca e na Suécia. Se até cineastas que eu inicialmente gostava, como Lars Von Trier e Lukas Moodysson, entraram na minha lista negra, não ia ser um filme menor vindo daquelas terras frias que faria eu mudar essa impressão. Mas sou um sujeito otimista e de vida social pouco ativa e por isso resolvi encarar esse filme com disposição.

O filme de Pernille Fischer Christensen narra a estranha relação entre uma mulher briguenta e recém-separada e um travesti que aguarda a aprovação do governo para realizar a sua tão sonhada cirurgia de mudança de sexo. O que o faz balançar é o repentino interesse mútuo que passa a existir entre ele e a mulher. De repente, se ele encarasse a relação como um envolvimento "lésbico", até que poderia dar certo.

Interessante como os filmes da Suécia gostam de explorar ambientes fechados, o que acaba dando a impressão que o povo de lá é tudo deprimido e solitário e passando uma sensação de claustrofobia. ALÉM DO DESEJO se passa totalmente dentro do condomínio onde os protagonistas vivem. Ora estamos no apartamento da loira briguenta, ora estamos no apartamento do travesti. Entre os personagens coadjuvantes, temos o ex-marido que tenta reatar a relação com a mulher e a mãe do travesti, que não aprova a cirurgia do filho, mas que é a única pessoa da família que procura entendê-lo. O maior problema do filme é que ele não sustenta o inicial interesse da premissa e vai se tornando chato e desinteressante à medida que se aproxima do final - devo ter olhado para o relógio umas cinco vezes. Sou da teoria de que o "teste do relógio" funciona melhor que o "teste da cadeira".

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