quinta-feira, outubro 12, 2006
MUITO GELO E DOIS DEDOS D'ÁGUA
Lembram daquele episódio de SEINFELD em que a Elaine diz para o George: vocês, homens, gostam de qualquer porcaria que apresente uma mulher tirando a blusa. E o George diz: "so, what's the point?". Pois é. Talvez a presença deslumbrante de Paloma Duarte em MUITO GELO E DOIS DEDOS D'ÁGUA (2006) tenha prejudicado meu senso de julgamento. Só assim para entender a razão das tantas críticas negativas que o filme está recebendo. O povo está usando adjetivos como "pavoroso" para o filme, o que eu acho no mínimo um exagero para um filme tão simpático. Na verdade, minha intenção na última terça-feira era ir ver AS TORRES GÊMEAS, mas fui levar a minha mãe ao médico e perdi o horário da sessão. Pra não ficar esperando muito, resolvi encarar esse filme do Daniel Filho.
O trailer até que tinha me agradado, diferente do anterior do diretor, SE EU FOSSE VOCÊ (2006), que eu fiz questão de passar longe. Comparando com os outros filmes de Daniel Filho, esse mais novo trabalho talvez seja o que mais se aproxima de cinema. Temos que lembrar que a experiência do diretor é muito maior na televisão. Desde a década de 60 que Daniel Filho dirige novelas, mini-séries, especiais de tv, seriados, programas humorísticos. Em seu currículo de mais de 50 títulos, menos de dez são de produções para o cinema. Além do mais, MUITO GELO... possui elementos que o afastam um pouco do horário nobre da televisão: cenas de nudez, consumo de maconha e outras drogas, alguns palavrões e falta de respeito com os mais velhos. Se bem que esse último quesito é mostrado bastante nas novelas.
Mas a principal observação que eu quero fazer aqui, se eu não tiver feito ainda, é: como a Paloma Duarte está gostosa, hein! Ela está com uma pele diferente, mais bronzeada e um pouco mais cheinha. Uma delícia. E a câmera de Daniel Filho é muito generosa ao mostrar não apenas a sua beleza física como sua sensualidade explosiva. Como na cena em que ela faz sexo oral com o personagem de Thiago Lacerda, ou quando ela troca de roupa dentro do carro, ou quando ela e Mariana Ximenes tomam banho peladas na praia, ou quando elas fazem strip-tease para Ângelo Paes Leme. (Tenho certeza que depois disso que eu falei, um monte de marmanjos vai querer ver o filme agora.)
A estória, escrita pelo casal Alexandre Machado e Fernanda Young, apresenta duas irmãs (Mariana Ximenes e Paloma Duarte) que seqüestram sua avó (Laura Cardoso) e planejam se vingar da velha, de todas as humilhações que elas sofreram na infância. Elas acabam levando junto um sujeito que não tinha nada a ver com a história (Ângelo Paes Leme). Enquanto isso, Thiago Lacerda, sai à procura da esposa e se mete também em confusões com a polícia.
Pelo que eu entendi, nas críticas negativas ao filme, as pessoas reclamam de falta de consistência na história, que não leva a lugar nenhum. Mas não vejo isso como um problema. Ao contrário, do jeito que ficou, o filme me pareceu bastante anárquico, lembrando aquelas mal comportadas produções brasileiras dos anos 70 e 80 que hoje deixam saudade. Além do mais, um filme que mostra o potencial lisérgico da canção "Nosso Lindo Balão Azul", da Turma do Balão Mágico, não pode ser de todo ruim.
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