quinta-feira, setembro 14, 2006

THE COOLER - QUEBRANDO A BANCA (The Cooler)



Não sei se THE COOLER - QUEBRANDO A BANCA (2003) chegou a passar nos cinemas de Fortaleza. Acho que não. Meu interesse pelo filme surgiu graças ao ótimo NO RASTRO DA BALA (2006), visto recentemente. Fiquei curioso para conferir o filme que trouxe a fama, ainda que discreta, para o diretor Wayne Kramer. Não vi muita semelhança entre os dois filmes, mas ainda é cedo para estabelecer critérios de autoria nos filmes do diretor - se é que existem. O que aparece de recorrente em THE COOLER é o tipo de personagem interpretado pelo sempre muito bom William H. Macy, que ficou marcado por representar losers. Difícil de esquecer do corno deprimido de BOOGIE NIGHTS e do gênio mirim que vira um fracassado quando adulto de MAGNÓLIA, ambos de P.T. Anderson.

Dessa vez, o ator leva isso às últimas conseqüências, interpretando um sujeito azarento, que ganha a vida trabalhando de "cooler" ("pé frio") num cassino em Las Vegas. É só ele chegar perto do cara que está ganhando no jogo, que o sujeito rapidinho começa a perder tudo. Ele é tão azarado que sempre que vai tomar o café, o creme acaba justo quando chega a vez dele. Sua vida passa a mudar quando ele começa um relacionamento com a garçonete interpretada por Maria Bello. Em vez de passar azar para os jogadores, ele passa a trazer sorte. Mas as coisas não são tão simples assim e o personagem de Alec Baldwin é muito importante para a complicação da trama.

Alec Baldwin, inclusive, foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante por esse papel. Graças ao personagem de Baldwin, THE COOLER atrai também a atenção dos espectadores mais interessados no aspecto violento do filme, que o aproxima dos filmes de gângsters. Porém, o que mais me chamou a atenção no filme foi mesmo o romance pouco comum entre os personagens de Macy e Maria Bello, que até aparecem em cenas de nudez, apesar de seus corpos não serem perfeitos, ajudando a passar maior realismo e humanidade aos personagens. No entanto, mesmo com suas qualidades, o filme não dá aquele salto que faz de um pequeno filme uma grande obra. O que não quer dizer que não valha a pena dar uma conferida.

P.S.: Vale a pena dar uma conferida no curta SOZINHO no blog do André ZP.

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