segunda-feira, junho 19, 2006

IMPULSIVIDADE (Thumbsucker)



Felizmente a programação do Cinema de Arte está melhorando. Depois de alguns meses exibindo filmes pouco atraentes, o meu interesse pela programação se renovou. Depois de IMPULSIVIDADE (2005), estão programados para as próximas semanas: O CLUBE DA LUA, de Juan José Campanella, CACHÉ, de Michael Haneke, APENAS UM BEIJO, de Ken Loach, O HOMEM URSO, de Werner Herzog, e CRIME FERPEITO, de Alex de la Iglesias, não necessariamente nessa ordem.

IMPULSIVIDADE é mais uma interessante produção do cinema independente americano, que tem a tendência de trazer à tona assuntos pouco comuns. O filme de Mike Mills conta a história de um rapaz que não consegue largar o vício de chupar o dedo. Seu relacionamento com os pais é bem pouco convencional. Ele os trata pelo primeiro nome por sugestão deles mesmos, que não querem se sentir velhos. Seu ortodontista (interpretado por Keanu Reeves) lhe sugere uma hipnose a fim de acabar com a vontade de chupar o dedo. O problema é que a falta dessa válvula de escape no rapaz faz com que ele se torne violento e irritadiço. As coisas começam a se resolver um pouco quando lhe é receitado pílulas para administrar a sua capacidade de concentração. Mas outro problema ocorre: ele fica viciado nas drogas.

Se eu não tivesse tão impaciente para sair da sala de cinema, até teria ficado para o debate que teve no final da sessão, com a presença de psicólogos. Se bem que tenho minhas dúvidas se a psicologia é mesmo convicente na explicação desses casos. Porém, independente do que a psicologia possa dizer sobre os problemas do protagonista, o filme fala de um assunto universal, o de se aceitar ou não as diferenças, as esquisitices. Qualquer coisa que esteja distante da normalidade imposta pela sociedade deve ser ajustada. É assim que as coisas são. O final do filme tende a criticar essa busca pela normalidade, pelo ajuste.

Mike Mills, antes de se dedicar a esse filme, era diretor de videoclipes. Mills contribui mais uma vez para a tirar a idéia de que um diretor de videoclipes deve, naturalmente, fazer filmes com montagem picotada e uso exagerado de filtros. O que não é verdade, vide os belos trabalhos de Mark Romanek (RETRATOS DE UMA OBSESSÃO), Jonathan Glazer (REENCARNAÇÃO) e Mark Pellington (O SUSPEITO DA RUA ARLINGTON), só pra citar três exemplos.

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