quinta-feira, junho 22, 2006

FUGINDO DO INFERNO (The Great Escape)



FUGINDO DO INFERNO (1963) foi um dos filmes mais marcantes da minha infância. Devo ter visto umas duas ou três vezes. Na época eu não era um entusiasta por filmes e nem sabia quem era John Sturges, Steve McQueen ou Charles Bronson, mas o filme, sempre que passava, me deixava com os olhos grudados na tela. Acho que o meu gosto por filmes de prisão nasceu com FUGINDO DO INFERNO, que eu considero até hoje o grande clássico desse subgênero. Sem esse filme não existiria uma série foda como PRISON BREAK.

Sturges é mais famoso por seus westerns revisionistas. Os mais célebres são SEM LEI E SEM ALMA (1957), DUELO DE TITÃS (1959) e SETE HOMENS E UM DESTINO (1960). Desses, só cheguei a ver o terceiro e, embora goste bastante do elenco e da trilha sonora antológica de Elmer Bernstein, não está entre os meus westerns favoritos. Sou bem mais os clássicos de Ford e Hawks, que falam mais ao meu coração. Mas claro que não dá pra negar a importância de Sturges e não pretendo deixar passar a oportunidade de ver mais de seus filmes.

Há, inclusive, uma estreita ligação entre SETE HOMENS E UM DESTINO e FUGINDO DO INFERNO. Além de os dois filmes compartilharem da mesma direção de Sturges e do mesmo compositor (Bernstein), três atores integram o elenco desses filmes: Steve McQueen, Charles Bronson e James Coburn, três astros do chamado cinema de macho.

A trama é simples: grupo de prisioneiros da Segunda Guerra Mundial tenta escapar de uma prisão de segurança máxima administrada pelos alemães. Em comparação com outros filmes de prisão que vi, esse até que pega leve com os prisioneiros. UM CONDENADO À MORTE ESCAPOU, do Bresson, por exemplo, passa uma visão muito mais dark da coisa. Aqui os prisioneiros até se divertem e não eram executados a não ser que fossem pegos tentando fugir. O maior castigo era a chamada "geladeira", uma espécie de solitária onde o personagem de McQueen passa boa parte do tempo, brincando com sua bola de beisebol. Cada personagem é especialista em alguma coisa: um é especialista em túneis, outro cuida da falsificação de documentos, outro consegue material para a fuga etc. A idéia dos líderes da fuga é liberar mais de duzentos presos através dos túneis.

Interessante que Steve McQueen era um ator bastante vaidoso. Ele só aceitou participar do filme se o seu personagem tivesse bastante destaque e que ele ainda pudesse demonstrar suas habilidades na moto - as cenas de moto não existem no livro no qual o filme se baseia. O livro foi baseado em fatos reais. O autor havia presenciado uma fuga na época em que foi prisioneiro dos alemães. Donald Pleasance também foi prisioneiro dos nazistas.

Pena que a edição que eu comprei do DVD não foi a dupla, mas a simples, que está sendo vendida a preço de DVD de banca nas Lojas Americanas. No segundo disco da edição especial parece que vem um bom documentário, mas não sei qual a duração, nem se vem com legendas. De qualquer maneira, o lançamento do filme em DVD é motivo para comemoração. Poder ver essa maravilha em sua janela correta (2,35:1) não tem preço.

P.S.: No Balaio Vermelho, blog de Moacy Cyrne, foi publicado hoje o top 20 dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Ruim é que, sempre que eu olho para a lista, dá vontade de modificar. :)

Nenhum comentário:

Postar um comentário