quinta-feira, abril 20, 2006

TOP 20 ANOS 80

1. SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS, de Peter Weir
2. O HOMEM-ELEFANTE, de David Lynch
3. HARRY E SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO, de Rob Reiner
4. O SACRIFÍCIO, de Andrei Tarkovski

5. UM TIRO NA NOITE, de Brian De Palma
6. A MANSÃO DO INFERNO, de Dario Argento
7. TOURO INDOMÁVEL, de Martin Scorsese
8. PARIS, TEXAS, de Wim Wenders

9. DE VOLTA PARA O FUTURO - PARTE II, de Robert Zemeckis
10. EROS, O DEUS DO AMOR, de Walter Hugo Khouri
11. ESTRANHOS NO PARAÍSO, de Jim Jarmusch
12. SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE, de Steven Soderbergh

13. DRUGSTORE COWBOY, de Gus Van Sant
14. A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER, de Philip Kaufman
15. TÚMULO DOS VAGALUMES, de Isao Takahata
16. CONQUISTA SANGRENTA, de Paul Verhoeven

17. ERA UMA VEZ NA AMÉRICA, de Sergio Leone
18. A OUTRA, de Woody Allen
19. CHRISTINE, O CARRO ASSASSINO, de John Carpenter
20. A MOSCA, de David Cronenberg

No mês de maio, a Liga dos Blogues Cinematográficos vai eleger os melhores filmes da década. O pessoal já está se movimentando, mandando seus rankings. Como aconteceu com o ranking dos anos 90, eu pretendia colocar a minha lista apenas depois do resultado final, mas como o Chico também já divulgou a lista dele e a minha já estava pronta, aqui vai ela.

Essa relação é bastante pessoal e segui apenas a minha memória afetiva. Dos vinte títulos desse ranking, apenas seis eu tive a sorte de ver no cinema. É um número até razoável, levando em consideração o fato de que o ano oficial do início de minha cinefilia é 1989. Os outros títulos foram vistos na televisão, ou descobertos mais recentemente.

A presença de SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS no pódio se justifica principalmente pelo grande impacto que o filme teve em mim, cinéfilo iniciante. Foi o único filme que eu vi três vezes no cinema e de certa forma me incentivou a fazer o curso de Letras. Mesmo nos dias de hoje, quando revejo certas cenas, o filme de Peter Weir permanece belo e emocionante. Outro filme marcante do início de minha cinefilia foi a comédia romântica HARRY E SALLY - FEITOS UM PARA O OUTRO, filme que de tempos em tempos eu costumo rever. Inclusive, teve um reveillon que eu fiquei em casa sozinho e resolvi assití-lo. Nunca Meg Ryan esteve tão linda e encantadora. E eu sai do cinema literalmente pulando de alegria. Alegria e entusiasmo, eu também senti durante toda a projeção de DE VOLTA PARA O FUTURO - PARTE II. Dos três da série, esse é o meu favorito e o único que me deixou eufórico.

O HOMEM-ELEFANTE, de David Lynch, acabou por passar à frente de quase todos depois que o revi em DVD. Que obra extraordinária essa do Sr. Lynch, esse que eu considero um dos maiores cineastas vivos e um dos poucos que podem entrar na categoria de gênio. Ao menos é assim que eu o vejo. Quanto a O SACRIFÍCIO, de Tarkovski, vê-lo é como entrar numa janela para outro mundo, onde as coisas acontecem mais lentamente. Se no cinema de Tarkovski cada quadro, cada objeto é dotado de uma importância tremenda, imagine se o homem de repente fala sobre o fim do mundo. De arrepiar.

Os anos 80 foram anos de ouro para Brian De Palma. Por isso, foi muito difícil escolher entre UM TIRO NA NOITE, VESTIDA PARA MATAR e DUBLÊ DE CORPO, três obras-primas inspiradas no mestre Hitchcock. Mas como eu vi UM TIRO NA NOITE na janela correta e o filme me pegou, então, vai ele mesmo. Outro especialista em thrillers presente no ranking é Dario Argento, com seu genial A MANSÃO DO INFERNO, experiência onírica e viajante que compete com SUSPIRIA (1977) na minha preferência.

Woody Allen não poderia faltar e eu escolhi um de seus mais belos dramas bergmanianos: A OUTRA. De Paul Verhoeven, ainda devo a mim mesmo uma revisão decente de ROBOCOP (1987), então, posso dizer que CONQUISTA SANGRENTA, por enquanto, é o meu favorito de sua fase oitentista. Sangrento e sensual como poucos filmes americanos poderiam ser. De John Carpenter, fiquei com o delicioso CHRISTINE, O CARRO ASSASSINO, um de seus trabalhos mais subestimados. De David Cronenberg, o repulsivo A MOSCA continua sendo o meu preferido de toda sua filmografia.

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER, eu tive o prazer de ver no cinema, dias depois de ter lido o livro de Milan Kundera. O filme tem o mérito de não diluir a obra do escritor, coisa que geralmente acontece nesse tipo de adaptação. Sem falar que ver a nudez de Juliete Binoche e Lena Olin, as duas na flor da idade, não tem preço. O sexo também fala alto na estréia triunfal de Steven Soderbergh, com o premiado SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE. Outro cineasta que começou com o pé direito foi Gus Van Sant, com o seu excelente DRUGSTORE COWBOY.

Como resolvi colocar apenas um filme por diretor, foi um dilema escolher entre PARIS, TEXAS (que eu vi na tv) e ASAS DO DESEJO (visto no cinema). Acabou vencendo o drama intimista sobre a redescoberta de um homem que havia perdido tudo, até sua própria identidade. É uma obra bastante melancólica. Mas triste mesmo é a animação GRAVE OF FIREFLIES, que faz chorar até os de coração mais duro.

TOURO INDOMÁVEL, ainda pretendo rever em DVD. A falta de tempo não tem me permitido ir à locadora. Mas pela minha memória, da vez que o assisti na televisão, o filme de Scorsese continua imbatível dentro da década de 80. Também pude ver na tv a obra-prima de Jim Jarmursch, ESTRANHOS NO PARAÍSO, no tempo em que a Band passava filmes de vanguarda na madrugada.

O cinema nacional na década de 80 pode não ter sido tão bom quando nas duas décadas anteriores, quando esteve no seu auge, mas coisa boa não faltava. Como Walter Hugo Khouri é um de meus cineastas preferidos, não podia faltar um filme do mestre no meu ranking. Escolhi EROS, O DEUS DO AMOR, todo narrado em câmera subjetiva e com uma carga erótica impressionante. É um dos mais geniais filmes do cinema nacional.

Outros filmes excepcionais que poderiam estar na lista: O TURISTA ACIDENTAL, VELUDO AZUL, VESTIDA PARA MATAR, DUBLÊ DE CORPO, HANNAH E SUAS IRMÃS, A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO, O REI DA COMÉDIA, NAUSICAÄ OF THE VALLEY OF THE WINDS, LAPUTA: CASTLE IN THE SKY, ASAS DO DESEJO, AMOR, ESTRANHO AMOR, UM LOBISOMEM AMERICANO EM LONDRES, OS ELEITOS, FANNY E ALEXANDRE, ONDE FICA A CASA DE MEU AMIGO?, OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA, INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO, FACA DE DOIS GUMES, KUARUP.

Aguardem o Top anos 70 pra daqui a alguns meses.

P.S.: Quem souber como conseguir, ou puder me enviar, o cartaz de EROS, O DEUS DO AMOR, do saudoso Khouri, favor me ajudar.

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