segunda-feira, setembro 19, 2005
A LUTA PELA ESPERANÇA (Cinderella Man)
Que filminho mais careta esse A LUTA PELA ESPERANÇA (2005). Ron Howard, diretor medíocre e operário padrão de Hollywood, retoma a parceria bem sucedida (financeiramente) com Russel Crowe, o roteirista Akiva Goldman e o produtor Brian Grazer para contar a dramática história de James Braddock, o boxeador que passou por muitas dificuldades na época da Grande Depressão americana. A LUTA PELA ESPERANÇA seria uma espécie de primo de SEABISCUIT - ALMA DE HERÓI, de Gary Ross. Não sou fã do filme do pangaré, mas ele dá de dez nesse filme de boxe.
A LUTA PELA ESPERANÇA sofre de uma falta de inovação tremenda. Tanto na forma como no conteúdo. Até se poderia relevar esse detalhe, afinal, nos dias de hoje, a máxima de que nada se cria tudo se copia está cada vez mais em vigor. Mas, se ao menos o filme conseguisse manipular de forma competente os sentimentos do público, até que seria mais digno de respeito. Mas é tudo muito manjado, tudo já visto em outros filmes de boxe e assemelhados. Um dos motivos do fracasso do filme se dá pelo caráter excessivamente bondoso de Braddock, contrapondo com o lado extremamente vilanesco de seu oponente. Braddock não possui defeitos, é de uma gentileza fora do comum, nem parece humano, o que torna difícil para a platéia uma identificação. Dizem que os roteiristas até pesquisaram sobre o verdadeiro James Braddock, a fim de encontrar algum defeito em sua personalidade, mas não encontraram.
Os pontos positivos estão nos aspectos técnicos, como a bela reconstituição de época, inclusive no que se refere ao tipo físico dos lutadores de boxe, que na época não praticavam levantamento de peso nos treinos e não tinham o corpo tão musculoso quanto os lutadores de hoje. Também gostei da cena em que ouvimos uma canção da época, brincando com a difícil situação econômica dos americanos mais pobres. Nem beber para esquecer as desgraças era possível, já que a Lei Seca tinha entrado em vigor. Há também uma interessante tomada com a câmera rodopiando no ringue e vendo a reação do público durante os socos do oponente. Mas nem é tão boa assim. Logo, tem que se estar bem disposto para agüentar os 144 minutos dessa xaropada. E com direito a Renée Zellwegger de "brinde".
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