sexta-feira, agosto 26, 2005
VALENTIN (Valentín)
Que filme bonito esse VALENTIN (2002), de Alejandro Agresti. Do diretor, só tinha assistido UMA NOITE COM SABRINA LOVE (2000), um dos melhores filmes argentinos que eu já vi. Ok, dá pra eu contar nos dedos das mãos a quantidade de filmes argentinos que eu vi na vida, mas mesmo assim esses dois filmes de Agresti são verdadeiras pérolas. Por esses dois trabalhos, dá pra notar que o diretor é bastante sensível, sabendo se colocar no lugar de um protagonista jovem, seja uma criança de 9 anos, seja um adolescente prestes a descobrir os prazeres do sexo.
Buenos Aires, 1960. Valentin (Rodrigo Naya) é um garotinho estrábico e inteligente que mora com a avó. Foi abandonado pela mãe, que nunca viu, e cujo pai vive ocupado e sem tempo de ir visitá-lo. Ele gosta de música pop e seu sonho é ser astronauta. Ele ama a sua avó (Carmen Maura), mas sente falta de ter uma mãe de verdade como os seus colegas da escola. Tocante quando ele comenta (em narração em off) sobre um colega cuja mãe vem buscá-lo todos os dias, mas ele nem sequer lhe dirige a palavra, apenas entrega-lhe a pasta da escola. Se ele tivesse uma mãe, diz ele, aproveitaria muito mais.
Geralmente filmes protagonizados por crianças são de fácil absorção, já que estamos vendo o mundo pelos olhos de uma pessoa mais pura e ingênua, o que não quer dizer que ela não seja inteligente. O menino Rodrigo Naya que faz o Valentin é uma graça com seus óculos grandes e utilizando linguagem adulta. Difícil não simpatizar com ele.
O filme é também uma celebração da mulher, seja no papel de mãe, seja no de namorada; seja oferecendo carinho, seja maltratando os corações. Um dos momentos mais bonitos do filme é quando Valentin marca um encontro com a namorada do pai, interpretada pela bela Julieta Cardinali. No final, eu fiquei na dúvida sobre o que realmente aconteceu com a mãe dele. Queria ter podido ver esse filme no cinema. Teria me envolvido mais. Mas a cópia do DVD nacional está bem boa - em widescreen 1,85:1 -, ainda que não tenha nenhum extra.