quinta-feira, abril 28, 2005

DUAS CARRIES

 

Continuando com a série de posts apresentando duplas de filmes, seguem minhas impressões sobre CARRIE, A ESTRANHA (1976), de Brian DePalma, e CARRIE 2 - A MALDIÇÃO (1999), uma continuação bem picareta - mas bem melhor do que se espera - dirigida por uma desconhecida diretora de filmes B, Katt Shea. 

CARRIE, A ESTRANHA (Carrie) 

Desde que revi UM TIRO NA NOITE (1981) em DVD que eu percebi que todo filme do DePalma anteriormente visto por mim apenas pela televisão precisa necessariamente de uma revisão em DVD. Isto é, se o DVD vier com a janela correta do filme, claro - FEMME FATALE (2002), por exemplo, teve uma edição asquerosa no Brasil, em tela cheia. CARRIE, eu já tinha visto há muito tempo num desses corujões da Rede Globo e não era bem um dos meus DePalmas preferidos. Com a revisão, o filme cresceu, mas pra mim ainda continua sendo uma obra menor do diretor. Agora eu entendo porque existem detratores de DePalma, que o acusam de mero copiador de Hitchcock. A começar pela trilha sonora. O grande maestro Pino Donaggio, que já compôs várias pérolas para DePalma, não foi muito feliz, limitando-se a copiar os acordes de Bernard Herrmann em PSICOSE. Se bem que a música que toca na abertura dos créditos é lindona. Aliás, essa abertura é bem ousada, hein. O filme já começa com um monte de mulher pelada passeando em câmera lenta pelo banheiro, enquanto rolam os créditos e a bela música de Donaggio. Mas diferente do que se pode imaginar, não há o menor clima de erotismo nessa cena. Um dos problemas do filme hoje em dia é que ele é tão famoso que não há mais a menor surpresa na tal cena do sangue de porco na festa. Inclusive, o próprio trailer do filme já mostra tudo. Tirando esses problemas, é um belo filme, com uma brilhante interpretação de Piper Laurie, que faz a mãe fanático-religiosa de Carrie (Sissy Spacek). Hoje em dia, o filme é curioso também por mostrar John Travolta, Nancy Allen e Amy Irving bem jovens. Visto em DVD Região 1. Imagem linda em widescreen 1.85:1 e opção de legendas em inglês. 

CARRIE 2 - A MALDIÇÃO (The Rage: Carrie 2) 

Amy Irving é a única do elenco original a participar dessa picaretagem. A personagem dela é a única a se salvar do desastre que Carrie provoca no baile no primeiro filme. Uma pena para Amy, já que ela é uma ótima atriz e a personagem dela é a pior coisa do filme. Parece até que o roteirista fez as piores linhas de diálogo exclusivamente para ela. As cenas que não a envolvem até que são legais. Principalmente quando o filme ainda não se parece com uma obra de terror, quando mais parece um drama sobre a difícil adaptação de jovens um pouco diferentes. A menina que faz a "nova Carrie" (na verdade o nome da personagem é Rachael) é bem interessante e bonita, bem diferente de Sissy Spacek. Ela se chama Emily Bergl e depois fez um papel importante na mini-série TAKEN. A cena do suicídio da amiga de Rachael também é muito boa. O problema é que no final o filme reprisa o filme do DePalma, inventando até uma festa para que a personagem seja ridicularizada e solte os bichos com seus poderes paranormais. Gravado da TNT.

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