quarta-feira, março 09, 2005

O AMIGO OCULTO (Hide and Seek)

 

Quando vi o trailer de O AMIGO OCULTO (2005) no cinema, minhas impressões não foram muito boas. Um amontoado de clichês de filmes de terror com a garotinha Dakota Fanning gritando e um Robert De Niro vindo do fracasso de O ENVIADO, filme que foi tão malhado que eu acabei nem indo ver. Talvez por causa dessa expectativa negativa que acabei gostando mais do que esperava de O AMIGO OCULTO, filme dirigido por John Polson, um sujeito que não tem muito do que se orgulhar no seu currículo - seu filme mais famoso é FIXAÇÃO (2002), thriller adolescente, meio que chupação de ATRAÇÃO FATAL. 

Mas O AMIGO OCULTO é um filme que se sustenta muito bem. Pelo menos até a revelação final, que é realmente ridícula. Eu diria que qualquer outra solução para o filme seria melhor do que essa. Até mesmo terminá-lo sem explicar nada. A revelação final, além de irritar o expectador, ainda não funciona se formos ver o filme numa revisão. As coisas não se encaixam direito como acontece com O SEXTO SENTIDO, por exemplo. 

Como todo mundo já malhou o filme, vamos então falar de suas qualidades. A primeira coisa que agrada em O AMIGO OCULTO é a bela fotografia do polonês Dariusz Wolski, que tem no currículo seus trabalhos em O CORVO, CIDADE DAS SOMBRAS e A MEXICANA. A fotografia de O AMIGO OCULTO não é tão estilizada quanto a desses três filmes, mas é muito boa de se ver. Funciona tanto na iluminação de interiores, quanto na claridade do lago e da floresta, onde fica a casa onde se concentra a maior parte da trama. 

Na história, a esposa de Robert DeNiro (Amy Irving) se suicida na banheira. Para começar uma nova vida e se livrar do trauma, ele prefere se mudar com a filha (Dakota Fanning) para uma casa de campo. Chegando lá, a garotinha começa a dizer que está brincando com Charlie, provavelmente um amigo imaginário, algo relativamente comum com as crianças. O problema é que a tal presença do Charlie começa a ficar cada vez mais perturbadora. Também no elenco, as belas Famke Janssen e Elisabeth Shue. 

Dizem que John Polson homenageou vários filmes em O AMIGO OCULTO. Clássicos como PSICOSE, O ILUMINADO, O BEBÊ DE ROSEMARY, A MARCA DA MALDADE e até SOBERBA foram citados em algumas críticas que li sobre o filme. Não percebi esssa citações, mas em algumas cenas dá mesmo essa sensação de deja vu, o que não me incomodou de forma alguma (pelo menos até a tal revelação). As minhas cenas preferidas são aquelas que mostram De Niro acordando sempre na mesma hora da madrugada, depois de ter um pesadelo envolvendo sua esposa, para depois descobrir que alguma tragédia tinha acontecido tinha acabado de acontecer na casa.

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