quinta-feira, novembro 18, 2004

A CAMAREIRA DO TITANIC (La Femme de chambre du Titanic)



A CAMAREIRA DO TITANIC (1997) foi o último filme de Bigas Luna que passou em circuito comercial no Brasil. VOLAVÉRUNT (1999) e SON DE MAR (2001), até agora, nada de pintarem por aqui. Queria vê-los, especialmente esse último, que parece ter muito sexo. E sexo nos filmes de Luna é sempre interessante e excitante, como pode ser comprovado em obras como AS IDADES DE LULU (1990), JAMÓN, JAMÓN (1992) e OVOS DE OURO (1993). A CAMAREIRA DO TITANIC é um filme de Luna sem sexo, o que até desanimaria um pouco se a história não fosse tão boa e a direção suave de Luna não fosse tão acertada.

Esse era um filme que eu tinha muita vontade de ver há tempos, mas não conseguia encontrar a fita nas locadoras. Foi quando soube que o filme iria ser exibido no telão do Centro Cultural Banco do Nordeste e tive finalmente a chance de conferí-lo. Não costumo ver muitos filmes lá porque ainda tenho certo preconceito com filmes em vhs exibidos em telão. Além do mais, o telão de lá é pequeno. Eu gosto mesmo é de telona e pra ver filmes em vídeo eu prefiro ver em casa. Mas essa foi uma exceção.

O filme foi produzido no mesmo ano do mega TITANIC, de James Cameron, mas os dois filmes têm muito pouco em comum. No filme de Luna, temos um jovem francês casado (Olivier Martinez) que ganha, como prêmio, uma viagem para a Inglaterra para assistir a partida do Titanic. Chegando lá, quando vai dormir no hotel, aparece uma moça bonita - a camareira do título - que pede para dormir no seu apartamento.

A CAMAREIRA DO TITANIC é um filme sobre a necessidade de se contar histórias e a necessidade ainda maior de se ouví-las. Não o vejo como o filme romântico que muita gente diz ser, já que o romantismo mostrado no filme é até um pouco grotesco, o que é natural vindo de Luna. Quando o protagonista faz sucesso contando mentiras cada vez maiores envolvendo a tal camareira, mais o público, mesmo sabendo no fundo que tudo é mentira, quer ouvir. Hoje o cinema e a televisão suprem mais essa necessidade, mas antes de existirem essas tecnologias, e no tempo em que muita gente era analfabeta, o bom mesmo era ouvir histórias contadas por alguém com o dom de atrair a atenção das pessoas com palavras.

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