quinta-feira, setembro 30, 2004

A SUPREMACIA BOURNE (The Bourne Supremacy)



Estou com uma pontinha de inveja dos amigos que estão se esbaldando com um monte de filmes legais no Festival do Rio. Além do mais, quando estive em Brasília e vi o grande espaço que eles dedicam para filmes fora do circuito comercial, foi que eu percebi o quanto os cinéfilos de Fortaleza estão carentes desse tipo de coisa. Tá certo que lá em Brasília o principal espaço reservado é bem elitista, mas pelo menos, existe, né? Por que não criam um Centro Cultural Banco do Brasil aqui também? Aqui tem o Centro Cultural Banco do Nordeste, mas eles exibem filmes em vídeo/telão. Eu não curto ver filme em telão, ainda mais se o telão for quase uma telinha. Sem falar que são todos filmes fáceis de se achar em locadoras. Melhor ver em casa, então. Para os filmes ditos alternativos, só temos o Cinema de Arte, com apenas três sessõezinhas organizadas de modo que não atrapalhem muito o espaço dos filmes que vão dar lucro, e as duas salas do Espaço Unibanco, que atualmente está fazendo o favor de exibir os execráveis OLGA e IRMÃOS DE FÉ. Mas chega de reclamar, porque do cinemão também surgem coisas boas. Claro.

A SUPREMACIA BOURNE é um bom exemplo disso. Ainda que eu prefira A IDENTIDADE BOURNE (2002), de Doug Liman, a seqüência dirigida por Paul Greengrass tem os seus méritos. Ah, e por falar em Doug Liman, soube que ele está finalizando um filme chamado MR. AND MRS. SMITH. Tudo indica que é um remake de uma comédia de Alfred Hitchcock, com Brad Pitt e Angelina Jolie nos papéis principais. (Que coisa, hein).

Bom, eu estou enrolando, enrolando e não falo de A SUPREMACIA...Talvez o motivo de eu não ter me entusiasmado tanto com o filme tenha sido uma gripe violenta que tomou conta de mim, assim que eu cheguei de viagem. Ainda estou me recuperando do baque. (Até cheguei a enganar um de meus credores pelo telefone com minha voz rouca.) Por isso, acredito que minhas impressões do filme tenham sido prejudicadas por conta do sono e do mau humor.

Ainda assim, deu pra perceber as várias qualidades do filme. Desde a interpretação quase minimalista de Matt Damon, do elenco de apoio contando com a ótima Joan Allen e as jovens Franka Potente e Julia Stiles (é impressão minha ou ela está mais gordinha?). As cenas de ação corpo a corpo são boas pra caramba, com destaque para a briga de Damon com um dos agentes secretos, sem o uso da tradicional música clichê de filme de ação - só ouvimos o ruído da briga. Por falar em música, o modo como o filme termina, com uma empolgante canção do Moby, dá um tom todo especial ao filme. Bem que eles poderiam ter colocado os créditos no começo, como nos filmes de James Bond. Mas ficou legal no final. Inclusive, fui o último a sair da sala: preferi ficar até o final só pra curtir a música.

Quando estava prestando atenção na trama de espionagem internacional (sempre acho confuso essas coisas, toda essa complexidade política européia), lembrei do último thriller de espionagem que eu vi recentemente, o ótimo A ÚLTIMA MISSÃO, de Anthony Hickox, e eu achei realmente uma pena que esse filme, tão bom ou até melhor que A SUPREMACIA BOURNE, não tenha recebido a mesma atenção por parte dos exibidores. Um astro de primeiro escalão faz a diferença nessas horas.

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