domingo, junho 27, 2004

A PROFECIA (The Omen)



Não teria alugado esse DVD se minha irmã não tivesse pedido pra ver o filme por curiosidade. Como já fazia bastante tempo que eu tinha visto o filme e a edição em DVD estava caprichada, quis dar uma conferida de novo para ver o quanto ele envelheceu ou melhorou com o tempo.

A PROFECIA (1976) foi o filme que alavancou a carreira de Richard Donner. Depois desse filme ele fez os bem-sucedidos SUPERMAN (1978), O FEITIÇO DE ÁQUILA (1985) e a série MÁQUINA MORTÍFERA.

Mas tem algo no filme que não me agrada. Acho que deve ser essa história de respeitar demais a Igreja Católica, levar a sério determinadas coisas da Igreja, ao mesmo tempo em que desvirtuam as profecias do Apocalipse, banalizam o simbolismo do número 666 e entregam a trama fácil, fácil, sem o mínimo de mistério real. Esse mistério que eu falo, é aquele que é possível encontrar em filmes como O BEBÊ DE ROSEMARY e O ÚLTIMO PORTAL, de Roman Polansky, ou SUSPIRIA e A MANSÃO DO INFERNO, de Dario Argento, ou mesmo em O EXORCISTA, de William Friedkin. Nesses filmes, o demonismo, a bruxaria, o ocultismo são vistos com uma aura de mistério arrepiante.

A PROFECIA, porém, tem bons momentos: tem a cena da decapitação, a cena dos babuínos no zoológico, a aparição do cachorro no quarto do garoto, as mortes da babá e do padre. Por falar nas tais mortes, o lance das fotos que denunciam as futuras mortes deve ter sido uma inspiração para O CHAMADO.

Os extras que vêm no DVD são legais. No making of de 45 minutos, a gente fica sabendo, por exemplo, como foi que eles fizeram para fazer com que um bando de babuínos atacasse um carro, além das "maldições" que cercam o filme. (Ainda que eu ache tudo apenas coincidência, é impressionante o fato de que poucos dias antes de filmarem a cena da decapitação no filme, a namorada do técnico de efeitos especiais tinha morrido decapitada num acidente.) Há também um documentário com o músico Jerry Goldsmith, que chegou a ganhar um Oscar pela trilha sonora desse filme, derrubando o favoritismo do recém-falecido Bernard Herrmann, que estava concorrendo por dois filmes. A imagem do filme está perfeita, em scope.

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