quarta-feira, maio 12, 2004

SAM PECKINPAH EM DOIS FILMES



Que dia o de ontem. Ainda bem que já passou. Até o blogger estava contra mim. Já tinha até preparado um novo endereço, mas felizmente voltou ao normal e eu pretendo ficar nesse endereço mesmo por pelo menos mais uns dois anos. Pra completar, fora o problema no meu braço direito (que hoje parece estar bem melhor), tem um dedo do braço esquerdo que tá inchado e vermelho. Argh.

Esquecendo os problemas um pouco, comento a seguir dois filmes que vi do grande Sam Peckinpah. Em sua filmografia constam apenas 14 filmes. Logo, com um pouco de esforço pra ir atrás dos mais difíceis de encontrar, é possível ver todos os seus filmes.

No site Senses of Cinema, sempre boa referência pra se conseguir bons textos sobre grandes diretores, tem um texto muito bom que dá uma geral na obra de mostrando o quanto ele sofreu pressão dos produtores que quase sempre mutilavam seus filmes. Felizmente, um dos filmes que eu vi ? PAT GARRET & BILLY THE KID (1973) - é uma versão estendida, com duração maior do que a exibida nos cinemas.

PAT GARRET & BILLY THE KID (Pat Garret and Billy the Kid)

Esse é um típico Peckinpah. Junta a sangreira e a violência de MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA (1969) com o lirismo e a melancolia de A MORTE NÃO MANDA RECADO (1970). Fascinante o relacionamento entre Pat Garret (James Coburn), o fora-da-lei que se torna xerife, e o lendário Billy the Kid (Kris Kristofferson), que continua na vida de fora-da-lei e que vai ter que se ver com o ex-amigo, que não pretende dar mole pra ele não. Peckinpah deixa sempre no ar essa amargura de Pat, o sujeito que respeita e gosta do outro, mas que tem que cumprir o seu papel. É um tipo de ética bem cruel. E há também o drama de Billy, que sente que a morte virá mais cedo ou mais tarde e tudo que ele tem a fazer é estar preparado. O filme é narrado com uma lentidão que às vezes dá nos nervos, mas que se visto com um certo distanciamento entende-se que pode ter sido proposital. A música de Bob Dylan, responsável pela trilha sonora e presente como um personagem coadjuvante, ajuda a acentuar esse clima. Há, inclusive, uma cena triste mostrando uma mulher que vê o marido morrer baleado e nesse momento toca "Knockin' on Heaven's Door". Esse não é o meu preferido dos filmes do Peckinpah, mas é dos bons. Visto em fita vhs selada.

O CASAL OSTERMAN (The Osterman Weekend)

Esse filme eu vi gravado da TNT, com aqueles cortes idiotas em cenas que mostram seios. Ainda por cima, tava com problemas de áudio e às vezes nem com o volume lá em cima dava pra entender a dublagem. Além do mais, a trama é confusa pra cacete. Do meio pro final o filme se perde, ou então fui eu que me perdi mesmo. O CASAL OSTERMAN (1983) foi o último filme dirigido por Peckinpah, um ano antes de sua morte. Deve ser o mais fraco de seus filmes. É um filme de espionagem envolvendo o alto escalão da CIA, com Rutger Hauer, John Hurt, Craig T. Nelson, Dennis Hopper e Burt Lancaster. Nem vou arriscar fazer uma sinopse aqui.

Bom mesmo seria se lançassem no Brasil a edição especial em DVD de SOB O DOMÍNIO DO MEDO (1971). Estou esperando isso faz tempo.

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