segunda-feira, maio 24, 2004

BUFFALO 66 (Buffalo '66)



Talvez por estar tão carente de alegria, de afeto e de saúde que esse ser hipocondríaco aqui gostou tanto de BUFFALO 66 (1998), estréia na direção de Vincent Gallo. Este é, com certeza, um dos filmes que eu mais gostei nos últimos meses.

No filme, o próprio Gallo é Billy, um sujeito que acabou de sair da prisão e que se sente totalmente desolado, sem saber pra onde ir. Uma das cenas mais originais é a seqüência em que ele sofre pra conseguir um lugar onde possa mijar. (Primeira vez que vejo um filme em que o diretor gasta minutos numa cena que mostra um personagem com vontade de ir ao banheiro.) O que vai mudar a vida de Billy é o seu encontro com Layla (Christina Ricci), a garota que ele rapta para que ela se passe por sua esposa, a fim de enganar os seus pais (Ben Gazzara e Angelica Huston), que não sabem que ele estava preso.

Aos poucos vamos sabendo mais sobre o atormentado Billy, seus traumas de infância, suas paixões, suas neuroses, como ele foi parar na cadeia. E Gallo mostra isso de uma maneira super-criativa e delicada, alternando cenas de desânimo e desapego total à vida, com seqüências de humor. O relacionamento dele com Layla é incrivelmente bonito. Destaque para a cena dos dois deitados na cama com a câmera testemunhando tudo, de cima.

Desde o ano passado que estou muito a fim de ver o segundo filme de Gallo: THE BROWN BUNNY (2003), que tem a famosa cena de sexo oral explícita. E parece que esse filme nem estreou comercialmente nos EUA ainda. Resta esperar.

BUFFALO 66 foi gravado do canal Hallmark.

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