sexta-feira, fevereiro 20, 2004

O ÚLTIMO BEIJO (L’Ultimo Bacio)



Incrível como um simples filme pode mexer tanto com nossas emoções. Não sei porque diabos eu não quis ver esse filme no cinema. Talvez porque o trailer não era tão atraente e que dava a impressão de uma comédia boba. Aí ele chegou em vídeo e só depois de muito tempo eu alugo. Antes tarde do que nunca.

Ao ver O ÚLTIMO BEIJO, de Gabrielle Muccino, me deu vontade de fazer disso aqui um confessionário. De lembrar de 2001, quando eu acabei um namoro de um ano e meio, depois de ter conhecido uma garota de 18 anos no carnaval. O ruim foi que uma vez terminado o namoro, eu não quis ficar com a menina. Preferi ficar sozinho, longe de tantas emoções que estavam acabando comigo. Preferi as emoções seguras e catárticas dos filmes.

O personagem principal do filme é Carlo (Stefano Acorse), um sujeito que tem uma mulher linda, a Giulia (Giovanna Mezzogiorno), que espera um filho seu. Acontece que ele está apavorado com a idéia de casar e ter um filho. Não se acha preparado pra isso. Aí quando ele conhece uma atraente garota de 18 anos, ele se sente tentado a agarrar a menina. Ela era um tesão e estava dando um bolão pra ele. O ruim é que a mulher dele descobre. E Carlo não é um cafajeste. Ele não sabe mentir direito e põe em risco seu relacionamento com Giulia.

Não precisa nem dizer que eu me identifiquei pra caramba com o personagem de Carlo. Além desse drama principal, o filme ainda tem outros personagens interessantes, como os três amigos de Carlo: há o sujeito que fica toda noite com uma mulher diferente, o que vive de dor de cotovelo por uma mulher que não lhe quer mais e o que decide deixar a esposa com um filho pequeno porque não há mais sentimentos fortes entre eles. Há também a personagem de Stefania Sandrelli, mãe de Giulia, que quer deixar o marido porque ele não demonstra que a ama.

É um mosaico muito bem dirigido e com personagens apaixonantes. Não à toa eu me lembrei da obra-prima DOMICÍLIO CONJUGAL, de Truffaut. Em ambos os filmes chorei rios de lágrimas. E, nesse, ainda me apaixonei pela Giovanna Mezzogiorno. Taí um excelente filme italiano pra quem acha que o cinema de lá está quase morto.

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