terça-feira, fevereiro 24, 2004

BETO BRANT, OZON E RINGU 0



Comento rapidamente três fitas alugadas durante o carnaval. Que, aliás, tem sido produtivo em se tratando de cinema. Vejam só! 1) Na última semana consegui comprar o livraço AFINAL, QUEM FAZ OS FILMES, de Peter Bogdanovich, graças à dica do Zezão. O livro custa 89 pilas na Submarino e eu comprei pela pechincha de 20 reais. 2) Adquiri também através de escambo digital com o Herbert filmes excelentes que há tempos queria ver, em divx, além de toda a série BAND OF BROTHERS. 3) Também ganhei outro anime imperdível do Marcelo. 4) Ontem a Valeria me emprestou o box da primeira temporada de FRIENDS, depois de uma tarde regada a “jogo, mulher e bebida” com a turma. 5) O Renato gravou pra mim uma fita com três filmaços de Truffaut, Mann e Brass. 6) E, pra completar, hoje comprei na King em promoção o DVD de SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS, um dos filmes da minha vida. Pena que as minhas férias acabam junto com o carnaval e terei bem menos tempo de curtir essas delícias. Mas voltando aos filmes da locadora...

AÇÃO ENTRE AMIGOS

Ótimo filme de Beto Brant, que funcionou como exercício de estilo antes de ele se preparar pra dirigir O INVASOR (2002), o melhor filme brasileiro dos últimos cinco anos. Nesse filme de 1998, Brant faz um drama sobre quatro amigos que estão na casa dos 50 anos e que sofreram nas mãos dos terroristas da ditadura militar na época da repressão. A ação gira em torno da descoberta de que o sujeito que os torturava está vivo – o que lembra um pouco A MORTE E A DONZELA, do Polanski. O filme é curtinho, funciona muito bem com o jogo de flashbacks e termina de maneira inteligente. Beto Brant é o cara. Que projeto ele estará arquitetando agora? Pena que no Brasil o artista nunca sabe se conseguirá viabilizar o seu próximo trabalho.

SOB A AREIA (Sous le Sable)

Diferente dos outros filmes de Ozon que vi, sempre com toques de humor, esse é seríssimo. O humor é deixado de lado na história de uma mulher (Charlote Rampling, de SWIMMING POOL) que fica desesperada quando seu marido desaparece no dia em que eles vão à praia. Achei que fosse um filme parecido com A LIBERDADE É AZUL, do Kieslowski, ou com O TURISTA ACIDENTAL, do Kasdan, dois filmes que mostram pessoas tentando levar a vida após uma dolorosa perda. Mas, diferente desses dois filmes, Ozon preferiu mostrar a mulher tendo sua sanidade mental no limite: ela finge que o seu marido não desapareceu e conversa com ele todo dia. Não é o meu filme preferido do diretor, mas comprova que o cara é dos grandes no cinema francês atual.

RING 0: O CHAMADO – BIRTHDAY (Ringu 0: Bâsudei)

O terceiro filme japonês da série Ringu. Esse filme - que não é dirigido pelo Hideo Nakata dos anteriores - é um prequel da aterrorizante história de Sadako. É com esse filme que ficamos sabendo quem era a garotinha que ficava presa no poço no primeiro filme. RINGU 0 tem alguns momentos realmente arrepiantes, especialmente se você o assiste à noite. Difícil não sentir um calafrio na cena em que Sadako se movimenta assustadoramente para pegar uma vítima (os efeitos especiais funcionaram perfeitamente), ou sempre que sentimos a presença dos mortos. Nos EUA, O CHAMADO vai ter uma continuação. Será que farão um remake desse prequel também? Infelizmente no dia que fui alugar, RING 2 não estava disponível. Fica pra próxima. O horror japonês está em alta e até Walter Salles já se rendeu ao talento nipônico. Além de ter adorado RINGU 0, ele agora fazendo um remake de DARK WATER, de Nakata, com um elenco internacional encabeçado pela maravilhosa Jennifer Connelly.

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