COMANDO ASSASSINO (Monkey Shines)
Dia desses passando por uma das bancas aqui do Centro, fui checar algumas fitas usadas pra vender. Comprei este COMANDO ASSASSINO(1988), do George A. Romero, por 3 pilas. Há tempos que queria ver esse filme e não encontrava nas locadoras. Outros filmes do Romero, por exemplo, continuam inéditos pra mim, simplesmente porque as locadoras não os dispõem nas prateleiras. Entre eles: MARTIN (1978) e THE CRAZIES (1973). Sem falar em BRUISER (2000), que só passou no Cinemax e continua inédito em cinema, vhs e dvd.
Bom, o que aconteceu foi o seguinte: de tanto que eu tava querendo ver o filme, acabei me decepcionando um pouco. Não que eu tenha achado ruim, eu gostei sim. É que o filme tem alguns probleminhas. A começar pelo ator principal. Fazia tempo que não via um ator tão ruim. Mas até aí tudo bem - filme de terror geralmente não tem fama de ter interpretações extraordinárias mesmo. Outro problema é que a pobrezinha da macaquinha, com aquela carinha de inocente, não convencia como assassina calculista. Coitada. Mas eu gostei da bichinha. Lembro que vi um documentário sobre os filmes de George Romero na TNT e ele mesmo disse que foi um trabalhão ter que fazer as cenas com as macaquinhas. Nem sempre elas obedeciam. Acho que ele não filma com animais de novo nunca mais. Um outro problema do filme é a tal da verossimilhança. De que maneira a macaca criou ligações psíquicas com o homem? Ou a idéia é mesmo que tudo pareça sem sentido ou sem razão de ser? E se a macaca cria essa ligação, o homem teria que se conectar ao cérebro da macaca também? Não me convenceu.
Mas tudo bem. Vamos às qualidades do filme. O início do filme é muito legal. Romero daria um grande diretor de dramas se resolvesse deixar os filmes de terror de lado. Garanto que teria experiências muito melhores do que seus colegas de gênero Wes Craven (que fez o açucarado MÚSICA DO CORAÇÃO) ou Sam Raimi (que teve uma experiência com drama em POR AMOR). A primeira parte do filme, que trata do acidente que deixaria o personagem principal tetraplégico, seguida de depressão, tentativas de suicídio e readaptação da vida quando se mexe só com a cabeça, tudo isso foi muito bem trabalhado. Destaque para a única cena de sexo do filme. Muito boa. Ótimas também as tomadas em que o protagonista vê pelos olhos da macaca.
Agora, voltando um pouco ao assunto de estar tetraplégico, sem mexer os braços ou as pernas: vocês não acham que o suicídio seria a melhor solução? Viver só com a cabeça funcionando e o resto do corpo morto deve ser um inferno, hein. Mas vamos deixar os pensamentos ruins pra lá.
O importante é que Romero mostrou mais uma vez que consegue, em filmes de terror, explorar temas profundos tanto psicologica quanto socialmente. O socialmente que eu falo se refere principalmente à trilogia dos mortos. O cara é dos bons.
Tenho impressão que esse filme foi lançado nos cinemas com o título INSTINTO ASSASSINO. Ou algo parecido. Alguém me confirma?
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