sexta-feira, setembro 19, 2003

SWEET MOVIE



"A nossa pátria é o mundo inteiro
Nossa lei é a liberdade
E com um pensamento
Faremos nossa revolução"


Esses são versos de uma das canções do filme que eu vi ontem. Talvez o problema do filme pra mim foi eu não ter conseguido absorver direito a idéia principal, a intenção do diretor. SWEET MOVIE (1974), de Dusan Makavey, é desses filmes que atraem a nossa atenção pelas cenas ousadas. Algumas delas me pareceram gratuitas e sem graça. Outras, achei bem excitante. O começo do filme é genial com um apresentador de um programa de tv, apresentando um concurso de Miss Universo. A vencedora do concurso irá casar com um milionário, que tem dinheiro até pra comprar as Cataratas do Niágara. O interessante da situação, meio surreal, é que as candidatas ao concurso devem tirar suas calcinhas para que seja comprovado que elas são virgens. Muito engraçado quando apareceu a Miss Congo, nua e vestida apenas com pencas de bananas. Hehehehe.. O especialista pede pra ela tirar a calcinha e ela diz: as bananas, você quer dizer. Hehehe.

Bom, uma das moças é escolhida. E ela é uma das protagonistas do filme. Ela ainda vai passar por situações bem interessantes como viajar nua dentro de uma mala, masturbar um negão, transar em local público. Aliás, essa cena é uma das melhores do filme, quando eles ficam feito cachorros, sem conseguir desgrudar e são socorridos pela emergência. Hehehe. Outras situações como a cena do banquete e do povo vomitando e mijando na mesa não vi tanta graça. E nem acho que essas cenas cheguem a chocar. Por outro lado, é até bonita a cena em que a protagonista tira o pênis das calças de um cara e fica o acariciando com o rosto.

Talvez pra se entender de fato o filme tenha que se entrar no espirito dos anos 70, quando ser subversivo, ler Karl Marx e se libertar através do sexo eram quase regra na juventude intelectual. O filme também cita Marx, fala de revolução, até se utiliza de canções pegajosas para ganhar adeptos para a bandeira vermelha comunista. Hoje em dia, com a queda da União Soviética, do muro de Berlim e até da esquerda brasileira, as coisas são bem diferentes. Até a Ioguslávia do diretor se fragmentou. O filme é visto hoje com um certo distanciamento. Com certeza, se visto nos anos 70, ele seria bem mais interessante e significativo. Pena que na época ele foi proibido pelo regime militar e só deixou de ser inédito no Brasil quando estreou em São Paulo nos anos 90.

Ah, o título do filme se justifica em duas cenas: um casal transando num "piscina" de açúcar e uma moça nua banhada em chocholate, fazendo uma performance para uma câmera.

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