O PRÍNCIPE
Começarei a comentar os filmes do fim de semana. Muita coisa boa. Pra começar, o novo filme de Ugo Giorgetti, O PRÍNCIPE. Êta filmezinho amargo. Mas como eu também aprecio uísque, apesar do amargor, porque não apreciaria esse filme?
Na história, Gustavo (Eduardo Tornaghi) é o homem que volta ao Brasil depois de um auto-exílio de 20 anos. Ao chegar, ele encontra o país em decadência e vê que o destino de seus amigos foi bem cruel. Um deles, um professor de história, ficou doido ao tentar mudar os livros de história. Ele queria uma história de glória para o Brasil, nem que fosse na base da mentira. Outro, o personagem de Ewerton de Castro, trabalha com marketing, e vê as coisas com olhos estranhamente otimistas. O pior é o amigo que está paralítico depois de um acidente. Memorável a cena em que ele olha para a pele e as "penugens" das mulheres no bar e diz que o que sente mais falta na vida dele é o pau. Pra completar, tem a personagem de Bruna Lombardi, o amor da vida de Gustavo, que diz que lamenta ter "feito tudo errado" na vida. Isso tudo contado num Brasil cheio de assaltos, crimes, miséria e em plena era do apagão.
Alguns acusaram Giorgetti de exagerar no pessimismo, mas outro dia eu me peguei vendo o mundo bem ruim. Eu fiquei sabendo que uma menina por quem eu era apaixonado aos 18 anos está agora com 3 filhos de pais diferentes. E uma das crianças é paralítica. Quando eu soube disso eu fiquei arrasado. Principalmente quando eu me lembrava da glória dos seus 15 anos, quando ela era a garota mais bela e desejada do bairro. E lembro do longo beijo em frente ao portão. E de repente, vê-la assim, tão maltratada pela vida é de doer.
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Música amarga para o momento:
"You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometimes you just might find
You just might find
You get what you need "
Rolling Stones
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