FILMES DO FIM DE SEMANA
O final de semana foi razoável. Fui a uma festa à fantasia no sábado. A festa foi legal, mas esses eventos organizados pela Biruta nem chegam perto do que eram as festas sem frescuras no extinto Domínio Público, onde eu me esbaldava de dançar até cansar. Já na Biruta, os DJs nunca me empolgam. Bom quando a barraca era menos badalada e mais alternativa. Tenho ótimas lembranças daquele tempo (94,95). Mas o ambiente é legal, numa mansão à beira-mar na Prainha. Clima agradável. Eu de última hora tive de improvisar uma fantasia de Zorro. Comprei uma cartolina e fiz a máscara e uma espada, que mais parecia um cacetete. Ridículo. Heheheh.. Na festa tinha um monte de fantasias bizarras como marmanjos vestidos de fralda, sósias do Bin Laden e as já tradicionais roupas do filme Pânico. Ah, e tinham também umas policiais de mini-saia e uma freiras bem interessantes. Heheheh..
Em se tratando de filmes só se salvou GRAND CANYON, ótimo filme de Lawrence Kasdan, que falarei depois.
Os outros filmes vistos foram: TRIPLO X e o anime A LENDA DO DEMÔNIO.
TRIPLO X (XxX)
A maior super-produção até o momento do novo astro da pancadaria Vin Diesel é divertido, mas bem que poderia ser melhor. O que há de melhor no filme são as cenas de ação. Algumas se destacam: a primeira cena do carro caindo, a cena da avalanche (inacreditável..hehehe) e a cena "bondiana" da bomba. Asia Argento nem está tão bonita quanto em TRAUMA, do papai Argento. O vilão é uma caricatura ridícula de todos os vilões ridículos dos filmes de ação recentes. O que se salva são mesmo as sequencias de ação, o senso de humor de Vin Diesel e a edição rápida. Ainda assim, bem que o filme poderia ter um pouco mais de suspense nas cenas de ação, a exemplo de filmes como VELOCIDADE MÁXIMA e O FUGITIVO. Filminho mais ou menos.
A LENDA DO DEMÔNIO (Urotsukidoji - The Legend of the Overfiend)
Anime chato pra cacete que eu só assisti por causa das cenas eróticas, que são poucas. A maior parte do filme é sobre um demônio que segundo a lenda, aparece a cada 3.000 anos pra unir o reino dos homens, dos deuses e dos demônios. É um filme que eu quis ver mais por curiosidade mesmo. Passou na BAND naquela sessão "privê". Mas se o filme não é recomendado para crianças (tem cenas de estupro, felação, masturbação etc), por outro lado é infantil demais com essa baboseira de demônio e "deus supremo" (que no inglês é overfiend, algo como super-demônio). São quase duas horas que custam a terminar.
segunda-feira, setembro 30, 2002
quarta-feira, setembro 25, 2002
FESTIVAL PAUL NEWMAN
Assisti a três filmes seguidos do Paul Newman. Os filmes são de sua juventude (anos 50 e 60) e mostram o porquê de hoje ele ser considerado um ator mítico. O triste é ver ele bonitão e jovem nesses filmes e depois vê-lo parecendo uma caveira no filme ESTRADA PARA A PERDIÇÃO. Mas é a vida. Essa semana mesmo eu ouvi a frase: "O tempo é uma verdadeira fábrica de monstros." Meio exagerada a frase?
Seguem comentários rápidos dos 3 filmes com o astro.
REBELDIA INDOMÁVEL (Cool Hand Luke)
Dir: Stuart Rosemberg - 1967
Nesse filme, Newman é um rebelde que por causa de seus atos vai parar numa penitenciária rural, onde os presos também trabalham duro. Geralmente eu gosto dos filmes de penintenciária, gosto de ver o protagonista do filme tentando fugir da prisão. Tem vários ótimos como FUGINDO DO INFERNO, UM SONHO DE LIBERDADE, ALCATRAZ: FUGA IMPOSSÍVEL. Esse também é dos bons. Não dá pra falar muito do filme, já que a história é bem simples. Newman pra variar está ótimo como o rebelde preso. Destaque para duas cenas: Newman apostando que come 50 ovos em uma hora e a cena da última fuga dele da prisão. O filme ainda traz no elenco os jovens Dennis Hopper e Harry Dean Stanton. Gravado do SBT.
HOMBRE
Dir: Martin Ritt - 1967
Do romance de Elmore Leonard (hoje conhecido por ser autor dos livros que deram origem aos filmes modernos JACKIE BROWN, O NOME DO JOGO e OUT OF SIGHT), HOMBRE é o meu favorito dos 3 filmes desse "festival". É um western dos bons dirigido por Martin Ritt e que tem uma primeira hora que lembra bastante NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS, do John Ford. Como no filme de Ford, o filme mostra várias pessoas numa caravana à mercê de índios e assaltantes. Paul Newman faz o papel de um homem branco que foi criado pelos índios e é recebido com hostilidade por algumas pessoas da caravana. Empolgante quando Newman, com aquele jeitão super-confiante, saca a arma e declara guerra aos bandidos. Gravado da FOX.
O MERCADOR DE ALMAS (The Long Hot Summer)
Dir: Martin Ritt - 1958
Baseado em romance de William Faukner, O MERCADOR DE ALMAS é mais uma novelona, com direito a final super-feliz e tudo. Só que mais classuda. Afinal, onde é que a gente vê uma novela que tenha, além de Paul Newman, o mito Orson Welles? Welles - já na fase rolha de poço - é o dono de uma cidadezinha que desaprova o jeito de ser do filho e cisma que sua filha (Joane Woodward) está encalhando e tá na hora de casar. Paul Newman chega na cidade e com seu carisma conquista o chefão e quer conquistar a moça. Legal ver o bem sucedido casal Paul Newman e Joane Woodward jovens e belos. Gravado da Globo.
Assisti a três filmes seguidos do Paul Newman. Os filmes são de sua juventude (anos 50 e 60) e mostram o porquê de hoje ele ser considerado um ator mítico. O triste é ver ele bonitão e jovem nesses filmes e depois vê-lo parecendo uma caveira no filme ESTRADA PARA A PERDIÇÃO. Mas é a vida. Essa semana mesmo eu ouvi a frase: "O tempo é uma verdadeira fábrica de monstros." Meio exagerada a frase?
Seguem comentários rápidos dos 3 filmes com o astro.
REBELDIA INDOMÁVEL (Cool Hand Luke)
Dir: Stuart Rosemberg - 1967
Nesse filme, Newman é um rebelde que por causa de seus atos vai parar numa penitenciária rural, onde os presos também trabalham duro. Geralmente eu gosto dos filmes de penintenciária, gosto de ver o protagonista do filme tentando fugir da prisão. Tem vários ótimos como FUGINDO DO INFERNO, UM SONHO DE LIBERDADE, ALCATRAZ: FUGA IMPOSSÍVEL. Esse também é dos bons. Não dá pra falar muito do filme, já que a história é bem simples. Newman pra variar está ótimo como o rebelde preso. Destaque para duas cenas: Newman apostando que come 50 ovos em uma hora e a cena da última fuga dele da prisão. O filme ainda traz no elenco os jovens Dennis Hopper e Harry Dean Stanton. Gravado do SBT.
HOMBRE
Dir: Martin Ritt - 1967
Do romance de Elmore Leonard (hoje conhecido por ser autor dos livros que deram origem aos filmes modernos JACKIE BROWN, O NOME DO JOGO e OUT OF SIGHT), HOMBRE é o meu favorito dos 3 filmes desse "festival". É um western dos bons dirigido por Martin Ritt e que tem uma primeira hora que lembra bastante NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS, do John Ford. Como no filme de Ford, o filme mostra várias pessoas numa caravana à mercê de índios e assaltantes. Paul Newman faz o papel de um homem branco que foi criado pelos índios e é recebido com hostilidade por algumas pessoas da caravana. Empolgante quando Newman, com aquele jeitão super-confiante, saca a arma e declara guerra aos bandidos. Gravado da FOX.
O MERCADOR DE ALMAS (The Long Hot Summer)
Dir: Martin Ritt - 1958
Baseado em romance de William Faukner, O MERCADOR DE ALMAS é mais uma novelona, com direito a final super-feliz e tudo. Só que mais classuda. Afinal, onde é que a gente vê uma novela que tenha, além de Paul Newman, o mito Orson Welles? Welles - já na fase rolha de poço - é o dono de uma cidadezinha que desaprova o jeito de ser do filho e cisma que sua filha (Joane Woodward) está encalhando e tá na hora de casar. Paul Newman chega na cidade e com seu carisma conquista o chefão e quer conquistar a moça. Legal ver o bem sucedido casal Paul Newman e Joane Woodward jovens e belos. Gravado da Globo.
terça-feira, setembro 24, 2002
UM DRINK NO INFERNO 2 (From Dusk till Dawn 2 : Texas Blood Money)
Assisti no final de semana ao filme UM DRINK NO INFERNO 2 (gravado da Globo) e até que eu gostei. O bom de se esperar em um filme o menos possível é que o que se vê de legal já é lucro. O mais engraçado desse filme é: porque diabos vampiros querem assaltar um banco? heheheh. Eu vinha fazendo essa pergunta o tempo todo e no final do filme um personagem vem com a mesma pergunta. Hehehehe..
O começo do filme é muito legal com Bruce Campbell (ator cult de EVIL DEAD) e Tiffani-Amber Thiessen (a nova-iorquina maconheira de BARRADOS NO BAILE). Eles ficam presos num elevador e são atacados por morcegos. Bacana. Os ângulos de câmera são bem criativos e diferentes. Isso dá um ar de novidade ao filme e o tira da mesmice. O filme tem câmeras na boca, câmeras em ventiladores, através do crânio de um vampiro morto... Tarantino e Rodriguez já tinham feito com o primeiro filme ao gênero mais ou menos o que Sergio Leone fez com o western. Um exagero só. E muito divertido. Esse filme é ainda mais exagerado e caricato.
Na história principal, Robert Patrick (ótimo) e gang planejam assaltar um banco no México. Acontece que um cara do bando dele dá de cara com um vampiro daquele mesmo inferninho do primeiro filme. Aí já dá pra prever o que vem. Gostei de uma cena em homenagem a PSICOSE do Hitchcock. Só que em vez de uma faca, a mulher é atacada no chuveiro por mordidas de morcego.
Sem a intenção de comparar com o primeiro filme, dá pra curtir essa continuação na boa.
Quero ver o 3 agora. Dizem que é até melhor que esse...
Assisti no final de semana ao filme UM DRINK NO INFERNO 2 (gravado da Globo) e até que eu gostei. O bom de se esperar em um filme o menos possível é que o que se vê de legal já é lucro. O mais engraçado desse filme é: porque diabos vampiros querem assaltar um banco? heheheh. Eu vinha fazendo essa pergunta o tempo todo e no final do filme um personagem vem com a mesma pergunta. Hehehehe..
O começo do filme é muito legal com Bruce Campbell (ator cult de EVIL DEAD) e Tiffani-Amber Thiessen (a nova-iorquina maconheira de BARRADOS NO BAILE). Eles ficam presos num elevador e são atacados por morcegos. Bacana. Os ângulos de câmera são bem criativos e diferentes. Isso dá um ar de novidade ao filme e o tira da mesmice. O filme tem câmeras na boca, câmeras em ventiladores, através do crânio de um vampiro morto... Tarantino e Rodriguez já tinham feito com o primeiro filme ao gênero mais ou menos o que Sergio Leone fez com o western. Um exagero só. E muito divertido. Esse filme é ainda mais exagerado e caricato.
Na história principal, Robert Patrick (ótimo) e gang planejam assaltar um banco no México. Acontece que um cara do bando dele dá de cara com um vampiro daquele mesmo inferninho do primeiro filme. Aí já dá pra prever o que vem. Gostei de uma cena em homenagem a PSICOSE do Hitchcock. Só que em vez de uma faca, a mulher é atacada no chuveiro por mordidas de morcego.
Sem a intenção de comparar com o primeiro filme, dá pra curtir essa continuação na boa.
Quero ver o 3 agora. Dizem que é até melhor que esse...
O ESCORPIÃO DE JADE (The Curse of the Jade Scorpion)
Acabei de voltar do curso de inglês. Tive que fazer uma apresentação oral de um assunto de minha escolha. Escolhi Woody Allen, alguém que eu muito admiro (pra dizer o mínimo). Apesar de estar bastante nervoso, até que eu fui bem. Pra não deixar a coisa ficar chata, imprimi um monte de cartazes dos filmes do Woody em várias folhas de papel A4 e fui apresentando. Fui elogiado pelo pessoal, fiz propaganda do meu blog num papelzinho que eu entreguei e todo mundo disse que não reparou que eu tava tremendo. Até que valeu a taquicardia. Heheheh.
Aproveitando o assunto Allen, vou comentar um pouco o mais recente filme dele a estrear nas telas brasileiras: ESCORPIÃO DE JADE (The Curse of Jade Scorpion). Infelizmente, pela primeira vez em muitos anos, eu me decepcionei com um filme do neurótico. Sabia que não iria assistir nada tão bom quanto DESCONTRUINDO HARRY, mas tava esperando algo tão bom quanto TRAPACEIROS, que mesmo não sendo dos melhores, é um dos mais engraçados dos últimos anos. Não que ESCORPIÃO DE JADE seja ruim - Allen nem consegue fazer filmes ruins - mas é que a trama não se sustenta durante muito tempo. O negócio é entrar no cinema pra ver um filme bem despretensioso dele.
No filme, Allen é um investigador de uma empresa de seguros que é hipnotizado e comete roubos inconscientemente. O filme ainda tem Helen Hunt, como rival de Allen na empresa, Dan Aykroyd (amante de Helen Hunt) e Charlize Theron, em pequeno papel sexy. Ela em CELEBRIDADES estava muito melhor e muito mais cheia de sensualidade, de sex appeal. Apesar disso, preferiria que ela tivesse mais tempo em cena. Mas até que Helen Hunt está bem bonita no filme.
Recomendável para fãs de Allen. Principalmente. Como eu.
Acabei de voltar do curso de inglês. Tive que fazer uma apresentação oral de um assunto de minha escolha. Escolhi Woody Allen, alguém que eu muito admiro (pra dizer o mínimo). Apesar de estar bastante nervoso, até que eu fui bem. Pra não deixar a coisa ficar chata, imprimi um monte de cartazes dos filmes do Woody em várias folhas de papel A4 e fui apresentando. Fui elogiado pelo pessoal, fiz propaganda do meu blog num papelzinho que eu entreguei e todo mundo disse que não reparou que eu tava tremendo. Até que valeu a taquicardia. Heheheh.
Aproveitando o assunto Allen, vou comentar um pouco o mais recente filme dele a estrear nas telas brasileiras: ESCORPIÃO DE JADE (The Curse of Jade Scorpion). Infelizmente, pela primeira vez em muitos anos, eu me decepcionei com um filme do neurótico. Sabia que não iria assistir nada tão bom quanto DESCONTRUINDO HARRY, mas tava esperando algo tão bom quanto TRAPACEIROS, que mesmo não sendo dos melhores, é um dos mais engraçados dos últimos anos. Não que ESCORPIÃO DE JADE seja ruim - Allen nem consegue fazer filmes ruins - mas é que a trama não se sustenta durante muito tempo. O negócio é entrar no cinema pra ver um filme bem despretensioso dele.
No filme, Allen é um investigador de uma empresa de seguros que é hipnotizado e comete roubos inconscientemente. O filme ainda tem Helen Hunt, como rival de Allen na empresa, Dan Aykroyd (amante de Helen Hunt) e Charlize Theron, em pequeno papel sexy. Ela em CELEBRIDADES estava muito melhor e muito mais cheia de sensualidade, de sex appeal. Apesar disso, preferiria que ela tivesse mais tempo em cena. Mas até que Helen Hunt está bem bonita no filme.
Recomendável para fãs de Allen. Principalmente. Como eu.
segunda-feira, setembro 23, 2002
SINAIS (Signs)
Gostei bastante do filme. Na verdade, é um dos melhores filmes do ano. M. Night Shyamalan mantém o ótimo nível dos trabalhos anteriores. O fato de o filme "esconder" durante a maior parte do tempo os aliens torna o terror ainda mais intenso. Isso funcionou em OS OUTROS e em A BRUXA DE BLAIR e é sempre mais interessante do que encher o filme com efeitos especiais estilo A MÚMIA (argh). Shyamalan é dos bons e sabe criar climas de uma maneira que poucos conseguem. Vêm à minha mente, David Lynch e Roman Polanky como diretores mestres em criar atmosferas aterrorizantes.
O engraçado é que nos três filmes dele, os personagens agem como se tivesse fumado um baseado ou ingerido drogas relaxantes. Essas falas pausadas dão ao filme um clima estranho de "jamais vu" (aquela sensação de estranheza do ambiente).
Um amigo estava comentando comigo uma curiosidade: no filme O CORPO FECHADO, o personagem de Bruce Willis possui uma fraqueza: a água. Novamente é a água o calcanhar de aquiles dos ets de SINAIS. Achei essa observação bem interessante, ainda que possa ser só coincidência. Pensando bem, como diz o filme, não existem coincidências. Hehehheh.
Por falar nesse lado dramático/filosófico/espiritual, essa parte do filme ficou tão boa que confirma Shyamalan como um cineasta de alto nível no atual cinema americano. Nesse sentido, SINAIS é até superior aos dois filmes anteriores do cineasta. Nos dois anteriores, mesmo tendo um drama intenso dos personagens, o efeito dramático era frio. Nesse, o final emocionante é capaz de fazer chorar.
Agora eu quero ver os primeiros filmes de Shyamalan, antes de ele ter ficado famoso com O SEXTO SENTIDO. São eles: PRAYING WITH ANGER (1992) e WIDE AWAKE (1998). Alguém sabe dizer se esses filme estão inéditos no Brasil ?
Gostei bastante do filme. Na verdade, é um dos melhores filmes do ano. M. Night Shyamalan mantém o ótimo nível dos trabalhos anteriores. O fato de o filme "esconder" durante a maior parte do tempo os aliens torna o terror ainda mais intenso. Isso funcionou em OS OUTROS e em A BRUXA DE BLAIR e é sempre mais interessante do que encher o filme com efeitos especiais estilo A MÚMIA (argh). Shyamalan é dos bons e sabe criar climas de uma maneira que poucos conseguem. Vêm à minha mente, David Lynch e Roman Polanky como diretores mestres em criar atmosferas aterrorizantes.
O engraçado é que nos três filmes dele, os personagens agem como se tivesse fumado um baseado ou ingerido drogas relaxantes. Essas falas pausadas dão ao filme um clima estranho de "jamais vu" (aquela sensação de estranheza do ambiente).
Um amigo estava comentando comigo uma curiosidade: no filme O CORPO FECHADO, o personagem de Bruce Willis possui uma fraqueza: a água. Novamente é a água o calcanhar de aquiles dos ets de SINAIS. Achei essa observação bem interessante, ainda que possa ser só coincidência. Pensando bem, como diz o filme, não existem coincidências. Hehehheh.
Por falar nesse lado dramático/filosófico/espiritual, essa parte do filme ficou tão boa que confirma Shyamalan como um cineasta de alto nível no atual cinema americano. Nesse sentido, SINAIS é até superior aos dois filmes anteriores do cineasta. Nos dois anteriores, mesmo tendo um drama intenso dos personagens, o efeito dramático era frio. Nesse, o final emocionante é capaz de fazer chorar.
Agora eu quero ver os primeiros filmes de Shyamalan, antes de ele ter ficado famoso com O SEXTO SENTIDO. São eles: PRAYING WITH ANGER (1992) e WIDE AWAKE (1998). Alguém sabe dizer se esses filme estão inéditos no Brasil ?
segunda-feira, setembro 16, 2002
FIM DE SEMANA DE BURRADAS
O final de semana que começou com a sexta-feira 13 não foi dos melhores mesmo pra mim. Não que eu esteja culpando o tal dia. Mas sabe aqueles dias que você só faz burrada? Pois é. Isso infelizmente aconteceu comigo. Geralmente dou aulas de segunda a sexta à noite. Resolvi faltar aula e me "sujar" na escola pra ir pra uma viagem pra Guaramiranga, pra um festival de teatro. Das outras vezes tinha sido legal. Mas que nada, me arrependi amargamente, não fiquei bem na viagem, me senti sozinho e deprimido e quis vir embora logo no sábado pela manhã. Voltei pra casa sábado à tarde num viagem cansativa e incômoda pra caramba com o ônibus fazendo mil curvas pra descer a serra. Mas cheguei em casa, enfim.
Domingo, cometi mais burradas. Como é de praxe, fui ao cinema. Imagino que devo ter escolhido os dois piores filmes dos que estavam passando. Em vez de escolher o blockbuster TRIPLO X ou os franceses O CLOSET e 8 MULHERES, fiz uma sessão dupla com os fracos ALUCINAÇÃO e AUSTIN POWERS E O HOMEM DO MEMBRO DE OURO. Bom, pelo menos eu criei coragem e comprei (apesar do preço salgado) o livro DEUSES AMERICANOS, de Neil Gaiman, que há tempos eu tava a fim. Espero que não tenha sido mais uma burrada. Até agora estou adorando.
Bom, mas vamos falar das tranqueiras que eu vi.
ALUCINAÇÃO (Soul Survivors)
A trama desse filme lembra ALUCINAÇÕES DO PASSADO, de Adrian Lyne e CIDADE DOS SONHOS, de David Lynch. Se comparar com o filme de Lyne é difícil, comparar com Lynch é inconcebível. O filme começa bem: dois casais de jovens saem para uma festa rock/techno e depois de haver uma discussão entre eles, um acidente de automóvel acontece. O filme é contato pelo ponto de vista de Cassie (Melissa Sagemiller, que lembra um pouco Gwyneth Paltrow e estava no filme GET OVER IT, com Kirsten Dunst, disponível em vídeo). Ela passa a ser atormentada por alucinações envolvendo seu namorado (que morrera no acidente) e pessoas que a perseguem. Depois do acidente o filme fica chato pra caramba e mesmo com o final bem resolvido (pelo menos isso), ele não consegue compensar o miolo. De que adianta um começo e um final bons se o meio do filme é ruim? No elenco ainda tem Casey Affleck (irmão de Ben Affleck), Wes Bentley (de BELEZA AMERICANA) e Eliza Dushku (conhecida de quem assiste BUFFY, A CAÇA-VAMPIROS).
AUSTIN POWERS E O HOMEM DO MEMBRO DE OURO (Austin Powers in Goldmember)
Depois do terror pé de chinelo, eu esperava me divertir com o novo Austin Powers. Afinal, o anterior tinha sido bem legal. Sabe aquela história de começo e final legal e miolo ruim? Ele se repete nesse filme. O começo do filme com a participação de gente do naipe de Tom Cruise, Gwyneth Paltrow, Steven Spielberg, Kevin Spacey, Danny DeVito e Britney Spears (linda!) deixa a gente bem animado para o que virá. Infelizmente, as piadas não têm muita graça e tentam repetir as fórmulas do segundo filme. É claro que algumas piadas são legais. A minha preferida é a do exame de urina. Outra coisa que embeleza bastante o filme é a presença da beldade Beyoncé Knowles, como Foxxy Cleopatra (que nas legendas é traduzida como Fiofoxy Cleopatra). Aliás, as traduções das piadas envolvendo bricandeiras com a língua inglesa ficaram por conta do pessoal do Casseta e Planeta. É deles a idéia do "fiofóx". Ah, e pra quem gosta da beleza da Britney, melhor esperar até o final dos créditos pra vê-la de novo fazendo piada com o Mini-Me. Mas ainda assim deu uma saudade da Heather Grahan naquele vestidinho vermelho do segundo filme...
O final de semana que começou com a sexta-feira 13 não foi dos melhores mesmo pra mim. Não que eu esteja culpando o tal dia. Mas sabe aqueles dias que você só faz burrada? Pois é. Isso infelizmente aconteceu comigo. Geralmente dou aulas de segunda a sexta à noite. Resolvi faltar aula e me "sujar" na escola pra ir pra uma viagem pra Guaramiranga, pra um festival de teatro. Das outras vezes tinha sido legal. Mas que nada, me arrependi amargamente, não fiquei bem na viagem, me senti sozinho e deprimido e quis vir embora logo no sábado pela manhã. Voltei pra casa sábado à tarde num viagem cansativa e incômoda pra caramba com o ônibus fazendo mil curvas pra descer a serra. Mas cheguei em casa, enfim.
Domingo, cometi mais burradas. Como é de praxe, fui ao cinema. Imagino que devo ter escolhido os dois piores filmes dos que estavam passando. Em vez de escolher o blockbuster TRIPLO X ou os franceses O CLOSET e 8 MULHERES, fiz uma sessão dupla com os fracos ALUCINAÇÃO e AUSTIN POWERS E O HOMEM DO MEMBRO DE OURO. Bom, pelo menos eu criei coragem e comprei (apesar do preço salgado) o livro DEUSES AMERICANOS, de Neil Gaiman, que há tempos eu tava a fim. Espero que não tenha sido mais uma burrada. Até agora estou adorando.
Bom, mas vamos falar das tranqueiras que eu vi.
ALUCINAÇÃO (Soul Survivors)
A trama desse filme lembra ALUCINAÇÕES DO PASSADO, de Adrian Lyne e CIDADE DOS SONHOS, de David Lynch. Se comparar com o filme de Lyne é difícil, comparar com Lynch é inconcebível. O filme começa bem: dois casais de jovens saem para uma festa rock/techno e depois de haver uma discussão entre eles, um acidente de automóvel acontece. O filme é contato pelo ponto de vista de Cassie (Melissa Sagemiller, que lembra um pouco Gwyneth Paltrow e estava no filme GET OVER IT, com Kirsten Dunst, disponível em vídeo). Ela passa a ser atormentada por alucinações envolvendo seu namorado (que morrera no acidente) e pessoas que a perseguem. Depois do acidente o filme fica chato pra caramba e mesmo com o final bem resolvido (pelo menos isso), ele não consegue compensar o miolo. De que adianta um começo e um final bons se o meio do filme é ruim? No elenco ainda tem Casey Affleck (irmão de Ben Affleck), Wes Bentley (de BELEZA AMERICANA) e Eliza Dushku (conhecida de quem assiste BUFFY, A CAÇA-VAMPIROS).
AUSTIN POWERS E O HOMEM DO MEMBRO DE OURO (Austin Powers in Goldmember)
Depois do terror pé de chinelo, eu esperava me divertir com o novo Austin Powers. Afinal, o anterior tinha sido bem legal. Sabe aquela história de começo e final legal e miolo ruim? Ele se repete nesse filme. O começo do filme com a participação de gente do naipe de Tom Cruise, Gwyneth Paltrow, Steven Spielberg, Kevin Spacey, Danny DeVito e Britney Spears (linda!) deixa a gente bem animado para o que virá. Infelizmente, as piadas não têm muita graça e tentam repetir as fórmulas do segundo filme. É claro que algumas piadas são legais. A minha preferida é a do exame de urina. Outra coisa que embeleza bastante o filme é a presença da beldade Beyoncé Knowles, como Foxxy Cleopatra (que nas legendas é traduzida como Fiofoxy Cleopatra). Aliás, as traduções das piadas envolvendo bricandeiras com a língua inglesa ficaram por conta do pessoal do Casseta e Planeta. É deles a idéia do "fiofóx". Ah, e pra quem gosta da beleza da Britney, melhor esperar até o final dos créditos pra vê-la de novo fazendo piada com o Mini-Me. Mas ainda assim deu uma saudade da Heather Grahan naquele vestidinho vermelho do segundo filme...
quinta-feira, setembro 12, 2002
O CASTELO ASSOMBRADO (The Haunted Palace)
Ontem terminei de ver O CASTELO ASSOMBRADO, de Roger Corman. Por enquanto, esse é o melhor dos filmes de Corman da década de 60 que eu tive oportunidade de ver. A narrativa é mais gostosa do que a dos filmes que eu vi anteriormente da série "Corman-Poe-Price" (O CORVO, MURALHAS DO PAVOR e ORGIA DA MORTE), apesar de eu preferir ainda um Corman mais recente (FRANKENSTEIN UNBOUND). Ainda falta eu ver TÚMULO SINISTRO dos filmes gravados pelo Fábio Ribeiro.
O CASTELO ASSOMBRADO traz Vincent Price na pele de um bruxo que habita um castelo suntuoso e gótico e que pratica feitiçaria com as pessoas do vilarejo. Ele é queimado vivo numa árvore, amaldiçoa as pessoas e promete voltar para se vingar. 110 anos depois, o tatareneto do antigo feiticeiro (também Vincent Price) aparece para conhecer o castelo que herdara. Ao entrar na casa, ele é possuído pelo espírito de seu antepassado.
O mais ridículo da coisa é que mesmo passados 110 anos, as mesmas pessoas do vilarejo ainda estão vivas e do mesmo jeito. Hehehhe..Apesar desse detalhe insignificante, o filme tem um clima bem legal, com um castelo sempre escuro, paisagens cobertas de neblina, interpretação bem familiar de Vincent Price e uma bela atriz (Debra Paget).
Ontem terminei de ver O CASTELO ASSOMBRADO, de Roger Corman. Por enquanto, esse é o melhor dos filmes de Corman da década de 60 que eu tive oportunidade de ver. A narrativa é mais gostosa do que a dos filmes que eu vi anteriormente da série "Corman-Poe-Price" (O CORVO, MURALHAS DO PAVOR e ORGIA DA MORTE), apesar de eu preferir ainda um Corman mais recente (FRANKENSTEIN UNBOUND). Ainda falta eu ver TÚMULO SINISTRO dos filmes gravados pelo Fábio Ribeiro.
O CASTELO ASSOMBRADO traz Vincent Price na pele de um bruxo que habita um castelo suntuoso e gótico e que pratica feitiçaria com as pessoas do vilarejo. Ele é queimado vivo numa árvore, amaldiçoa as pessoas e promete voltar para se vingar. 110 anos depois, o tatareneto do antigo feiticeiro (também Vincent Price) aparece para conhecer o castelo que herdara. Ao entrar na casa, ele é possuído pelo espírito de seu antepassado.
O mais ridículo da coisa é que mesmo passados 110 anos, as mesmas pessoas do vilarejo ainda estão vivas e do mesmo jeito. Hehehhe..Apesar desse detalhe insignificante, o filme tem um clima bem legal, com um castelo sempre escuro, paisagens cobertas de neblina, interpretação bem familiar de Vincent Price e uma bela atriz (Debra Paget).
terça-feira, setembro 10, 2002
AVISO AOS VISITANTES
Estou com um blog de arquivos de resenhas antigas. Estou coletando vários comentários que fiz pras listas de discussão que participo e estou organizando aos poucos nesse blog. Dêem uma olhada. Está ficando bonito. A página chama-se "Diário de um Cinéfilo - Arquivo" e está com um link ao lado. Aproveitem pra visitar os blogs dos meus amigos Renato, Tiago, Betany e o blog coletivo "Bando de Cá" que acabei de pôr. Boa leitura.
Estou com um blog de arquivos de resenhas antigas. Estou coletando vários comentários que fiz pras listas de discussão que participo e estou organizando aos poucos nesse blog. Dêem uma olhada. Está ficando bonito. A página chama-se "Diário de um Cinéfilo - Arquivo" e está com um link ao lado. Aproveitem pra visitar os blogs dos meus amigos Renato, Tiago, Betany e o blog coletivo "Bando de Cá" que acabei de pôr. Boa leitura.
segunda-feira, setembro 09, 2002
FIM DE SEMANA LEGAL
O final de semana foi atípico e bem legal. Viagem para uma casa de campo, pertinho de uma bela lagoa: a Lagoa do Uruaú. O pessoal é bem legal. Foi um final de semana bem agradável. A casa parecia casa de filme americano de tão bonita que era. E a visão da lagoa em frente era relaxante.
Teve até sessão de curtas-metragens amadores da turma. O engraçado é que quase todos os títulos tinham a palavra "máfia" no meio. Hhehehe..Teve desde invasões alienígenas a assaltos a banco. Tá certo que tem horas que os vídeos mais se pareciam com "videocassetadas" do Faustão, mas o Daniel (o diretor) soube fazer uma edição legal quando interpretava dois personagens em alguns dos vídeos. De DVD teve sessão light dupla de A ÚLTIMA ONDA DO IMPERADOR e AS PANTERAS.
No domingo ainda deu tempo de ir ver RETRATOS DE UMA OBSESSÃO (One Hour Photo), também conhecido como "Robin Williams malvado parte 2". O segundo filme da "trilogia dark" do ator. O que mais me incomoda é como a mídia trata o filme. Já vi jornal dizendo que o personagem do Robin Williams é um "serial killer". Tinham falado o mesmo de INSÔNIA. E nem um dos dois personagens é serial killer coisa nenhuma.
Em ONE HOUR PHOTO, Williams é um sujeito triste e extremamente solitário que trabalha numa reveladora de fotos. Ele revela as fotos e passa a conhecer detalhes das vidas dos clientes. Fica obsecado pela vida aparentemente perfeita de uma família. Queria ser o tio Sy. Queria ter uma vida extra-trabalho. É um personagem bem interessante, que desperta pena e raiva ao mesmo tempo.
Outro detalhe que eu acho digno de nota é a direção do videoclipeiro e estreante na direção de longas Mark Romanek. Ao contrário do que se imagina, o filme é bem lento e pausado, e não rápido como um videoclipe. Isso fez a diferença. Deu uma sensação de "é só isso?" no final, mas depois a gente vê que o final, pouco usual em filmes do gênero, o destaca da maior parte dos thrillers que circulam por aí.
O final de semana foi atípico e bem legal. Viagem para uma casa de campo, pertinho de uma bela lagoa: a Lagoa do Uruaú. O pessoal é bem legal. Foi um final de semana bem agradável. A casa parecia casa de filme americano de tão bonita que era. E a visão da lagoa em frente era relaxante.
Teve até sessão de curtas-metragens amadores da turma. O engraçado é que quase todos os títulos tinham a palavra "máfia" no meio. Hhehehe..Teve desde invasões alienígenas a assaltos a banco. Tá certo que tem horas que os vídeos mais se pareciam com "videocassetadas" do Faustão, mas o Daniel (o diretor) soube fazer uma edição legal quando interpretava dois personagens em alguns dos vídeos. De DVD teve sessão light dupla de A ÚLTIMA ONDA DO IMPERADOR e AS PANTERAS.
No domingo ainda deu tempo de ir ver RETRATOS DE UMA OBSESSÃO (One Hour Photo), também conhecido como "Robin Williams malvado parte 2". O segundo filme da "trilogia dark" do ator. O que mais me incomoda é como a mídia trata o filme. Já vi jornal dizendo que o personagem do Robin Williams é um "serial killer". Tinham falado o mesmo de INSÔNIA. E nem um dos dois personagens é serial killer coisa nenhuma.
Em ONE HOUR PHOTO, Williams é um sujeito triste e extremamente solitário que trabalha numa reveladora de fotos. Ele revela as fotos e passa a conhecer detalhes das vidas dos clientes. Fica obsecado pela vida aparentemente perfeita de uma família. Queria ser o tio Sy. Queria ter uma vida extra-trabalho. É um personagem bem interessante, que desperta pena e raiva ao mesmo tempo.
Outro detalhe que eu acho digno de nota é a direção do videoclipeiro e estreante na direção de longas Mark Romanek. Ao contrário do que se imagina, o filme é bem lento e pausado, e não rápido como um videoclipe. Isso fez a diferença. Deu uma sensação de "é só isso?" no final, mas depois a gente vê que o final, pouco usual em filmes do gênero, o destaca da maior parte dos thrillers que circulam por aí.
quinta-feira, setembro 05, 2002
OS MEUS DISCOS FAVORITOS DA DÉCADA DE 90
Essa foi uma relação que eu fiz em abril desse ano e algumas pessoas até já conhecem. Resolvi colocar aqui no blog. Assim dá pras pessoas conhecerem melhor o meu gosto musical.
Internacionais
1. MELON COLIE AND THE INFINITE SADNESS - Smashing Pumpkins
O auge da criatividade de Billy Corgan. Comparo esse disco ao Älbum Branco dos Beatles: ambos são discos duplos, ambos tem canções totalmente diferentes entre si, ambos tem uma faixa final de boa noite. Uma preciosidade.
2. NEVERMIND - Nirvana
O disco mais importante da década. Um acontecimento que abalou as estruturas da indústria de entretenimento e causou a morte de uma pessoa muito sensível.
3. MONDO BIZARRO - Ramones
Não existe banda mais representativa para o rock do que os Ramones. Esse disco é fantástico. Redondinho, simples, inteligente e carregado do melhor espírito punk.
4. THE AEROPLANE FLIES HIGH - Smashing Pumpkins
É até sacanagem eu por isso aqui, já que não é um álbum, é uma caixa de singles e lados B. Mas as sobras da criatividade de Mellon Collie... ficou tão bom quanto o álbum duplo. Poucos tiveram o prazer de ouvir essa maravilha.
5. METALLICA - Metallica
Até parece ontem quando eu ouvi a primeira faixa do disco preto do Metallica. Um amigo meu chegou com uma fitinha cassete gravada do CD e botou "Don't Tread On Me" pra tocar. Não deu pra dizer outra coisa a não ser "puta que pariu!!!".
6. ACHTUNG, BABY - U2
Exemplo de disco a frente do seu tempo. Esse disco do U2 causou estranheza quando foi lançado, mas com o tempo, provou ser o melhor trabalho do grupo. O que não é pouco.
7. BLOODSUGARSEXMAGIK - Red Hot Chilli Peppers
Disco pra pular alto e bater a cabeça no teto. Muito funk, rock, letras sacanas e swing. E ainda tem baladas belíssimas, a cargo de John Frusciante, o guitarrista junkie.
8. OK COMPUTER - Radiohead
Até hoje estou pra entender completamente esse disco, mas esse é o charme dele: ser enigmático. Mas dá pra entender pelo coração.
9. BRICKS ARE HEAVY - L7
Eu sou doido por grupos de mulheres. Gosto dos Cramberries, Elastica, Breeders, Garbage, Portishead. Esse disco é uma porradaria só. Alguém lembra de "Shitlist" tocando num bar no filme ASSASSINOS POR NATUREZA?
10. VAUXHALL AND I - Morrissey
Entre os melhores discos do Morrissey, na dúvida entre o peso de "Your Arsenal" e o progressivo de "Southpaw Grammar", fiquei com o intimismo desse disco. Discão deprê, mas discão.
11. IN UTERO - Nirvana
Nesse disco parece que o espírito de Augusto dos Anjos se apossou de Kurt Cobain. Disco que cheira a angústia e morte. Cobain tava mal pra cacete e o disco causa um certo mal estar.
12. VERSION 2.0 - Garbage
O segundo disco do Garbage é do tipo chiclete. Quando se começa a ouvir, não pára mais. Muita porradaria, guitarras, eletrônica e três baladonas de arrasar.
13. ELASTICA - Elastica
Um desgraçado me roubou esse disco e eu nunca consegui adquiri-lo de novo. Gostoso como chocolate. Deixe tocando numa festa e fique tranquilo...
14. DUMMY - Portishead
A obra-prima que o trip-hop produziu. Pelo menos, até onde eu conheci. Deprê mas com estilo. Cada faixa melhor que a outra.
16. FASHION NUGGET - Cake
O disco que tem a cover de "I Will Survive". Excelente. As letras da banda são doidera e aquele clima de mariachis é muito bom.
17. DIRTY - Sonic Youth
Microfonia, barulho e melodias pegajosas num discão. "Youth Against Fascism" é dessas canções que despertam raiva na gente. Dá vontade de brigar com o primeiro que aparecer na frente..hehhe..
18. WHAT'S THE STORY(MORNING GLORY)? - Oasis
"O" disco do Oasis. Sem esse disco, a banda não seria o que é hoje. Aliás, a banda não é mais tão boa quanto era nesse disco. Uma barulheira dos diabos.
19. THE REAL THING - Faith No More
O disco que eu mais ouvi na minha vida. Lembro de um acampamento que eu fiz. A turma colocava esse disco pra tocar de duas em duas horas..hehehe. Depois a banda fez outro discão (ANGEL DUST), mas aí já é outra história...
20. ZOOROPA - U2
A continuação de Achtung Baby é quase tão bom quanto o anterior.
Nacionais
1. A TEMPESTADE - Legião Urbana
Renato Russo sabia que ia morrer e deu tudo de si pra que nós tivéssemos o privilégio de ouvir essa pérola. Disco de fazer chorar. Renato abandona as metáforas e apresenta a realidade nua e crua.
2. V - Legião Urbana
O disco da Legião que tem a melhor música da banda: "Vento no Litoral". E não é só isso...
3. O DESCOBRIMENTO DO BRASIL - Legião Urbana
Disco sofisticado, triste, mas ainda com a força dos primeiros discos da banda. Nesse disco, Renato Russo está cada vez melhor como cantor e os arranjos estão mais complexos.
4. RAPPA-MUNDI - O Rappa
Redondinho, o disco que botou o Rappa no primeiro escalão do rock brasileiro. Pena que veio um idiota e acabou com a alegria de Marcelo Yuka.
5. LOS HERMANOS - Los Hermanos
Punk hardcore + Música latina + Romantismo à Altemar Dutra + ska. A grande banda da atualidade.
6. DA LAMA AO CAOS - Chico Sciense & Nação Zumbi
Primeiro disco do sujeito que botou Recife no mapa da música pop brasileira. Chico morreu no auge da criatividade. Impossível dizer até onde ele iria.
7. RAIMUNDOS - Raimundos
Lembro da primeira vez que ouvi esse troço. Era fim do show do Chico Sciense na barraca Biruta e eu sentado no meio-fio ouvi "na-na-na o diabo", seguido de uma zoadeira de guitarra e um vocal que mal dava pra ouvir. Nunca até hoje se fez um disco com tanta putaria..hehehhe
8. O PIERRÔ DO BRASIL - Marina Lima
"Sim, eu resolvi me ausentar para ocultar a minha dor" canta Marina, depois de voltar de um período em que perdeu a voz por causa da angústia. Discão, discão...
9. LADO B/LADO A - O Rappa
Disco mais arriscado do Rappa, mas que curiosamente acabou trazendo mais hits do que o anterior. Dele veio "Me Deixa", "A Minha Alma" e "O que sobrou do céu", que também renderam clipes que viraram obras-primas. De arrepiar...
10. USUÁRIO - Planet Hemp
Dá pra sentir cheiro de maconha ouvindo esse disco. A música é muito boa, a fusão de rap com rock que eles fizeram, nem os americanos do Cypress Hill e Rage Against the Machine conseguiram fazer tão bem. E os caras são uns irresponsáveis..hehehe
11. TELEVISÃO DE CACHORRO - Pato Fu
Pop rock gostoso que ainda tem faixas de Gilberto Gil, Renato Russo e Maskavo Roots. Bom demais.
12. PARTY UP - Toyshop
Um disco pra se fazer festa. Punk rock melódico com a belíssima Natasha mandando ver.
13. O CHAMADO - Marina Lima
Outra belezura depressiva de Marina Lima. Destaque para o encarte com algumas frases belíssimas. Continua a feliz parceria com o poeta, filósofo e irmão Antônio Cícero.
14. MAIS - Marisa Monte
O disco mais pop-rock de Marisa, mas que tem a canção mais bela e mais mpb cantada pela moça: "Rosa", do Pixinguinha.
15. A VIDA É DOCE - Lobão
Lobão volta de um coma de 15 dias e vomita o primeiro disco sóbrio da sua carreira. Surpreendente.
16. THE HIPS OF TRADITION - Tom Zé
O famoso disco de Tom Zé produzido pelo David Byrne. Tem gente que só ouve heavy metal e é fã desse disco do velhinho com jeitão de menino. Vai entender...
17. VERDE, AMARELO, COR-DE-ROSA E CARVÃO - Marisa Monte
O maior sucesso de Marisa Monte. Bem produzido pra caramba e ainda traz canções do tipo enterradas pela contra-cultura.
18. GOL DE QUEM? - Pato Fu
Loucura. É nesse disco que tem a bela "Sobre o Tempo" e a versão amalucada de "A Volta do Boêmio" de Nelson Gonçalves.
19. STRESS, DEPRESSÃO E SÍNDROME DE PÂNICO - Autoramas
Bem que essa banda merecia mais consideração pela mídia. Ótimo disco. Eles já tão lançando outro.
20. ATRÁS DOS OLHOS - Capital Inicial
O retorno de Dinho e o disco que precedeu um dos melhores acústicos já feitos pela MTV brasileira.
Essa foi uma relação que eu fiz em abril desse ano e algumas pessoas até já conhecem. Resolvi colocar aqui no blog. Assim dá pras pessoas conhecerem melhor o meu gosto musical.
Internacionais
1. MELON COLIE AND THE INFINITE SADNESS - Smashing Pumpkins
O auge da criatividade de Billy Corgan. Comparo esse disco ao Älbum Branco dos Beatles: ambos são discos duplos, ambos tem canções totalmente diferentes entre si, ambos tem uma faixa final de boa noite. Uma preciosidade.
2. NEVERMIND - Nirvana
O disco mais importante da década. Um acontecimento que abalou as estruturas da indústria de entretenimento e causou a morte de uma pessoa muito sensível.
3. MONDO BIZARRO - Ramones
Não existe banda mais representativa para o rock do que os Ramones. Esse disco é fantástico. Redondinho, simples, inteligente e carregado do melhor espírito punk.
4. THE AEROPLANE FLIES HIGH - Smashing Pumpkins
É até sacanagem eu por isso aqui, já que não é um álbum, é uma caixa de singles e lados B. Mas as sobras da criatividade de Mellon Collie... ficou tão bom quanto o álbum duplo. Poucos tiveram o prazer de ouvir essa maravilha.
5. METALLICA - Metallica
Até parece ontem quando eu ouvi a primeira faixa do disco preto do Metallica. Um amigo meu chegou com uma fitinha cassete gravada do CD e botou "Don't Tread On Me" pra tocar. Não deu pra dizer outra coisa a não ser "puta que pariu!!!".
6. ACHTUNG, BABY - U2
Exemplo de disco a frente do seu tempo. Esse disco do U2 causou estranheza quando foi lançado, mas com o tempo, provou ser o melhor trabalho do grupo. O que não é pouco.
7. BLOODSUGARSEXMAGIK - Red Hot Chilli Peppers
Disco pra pular alto e bater a cabeça no teto. Muito funk, rock, letras sacanas e swing. E ainda tem baladas belíssimas, a cargo de John Frusciante, o guitarrista junkie.
8. OK COMPUTER - Radiohead
Até hoje estou pra entender completamente esse disco, mas esse é o charme dele: ser enigmático. Mas dá pra entender pelo coração.
9. BRICKS ARE HEAVY - L7
Eu sou doido por grupos de mulheres. Gosto dos Cramberries, Elastica, Breeders, Garbage, Portishead. Esse disco é uma porradaria só. Alguém lembra de "Shitlist" tocando num bar no filme ASSASSINOS POR NATUREZA?
10. VAUXHALL AND I - Morrissey
Entre os melhores discos do Morrissey, na dúvida entre o peso de "Your Arsenal" e o progressivo de "Southpaw Grammar", fiquei com o intimismo desse disco. Discão deprê, mas discão.
11. IN UTERO - Nirvana
Nesse disco parece que o espírito de Augusto dos Anjos se apossou de Kurt Cobain. Disco que cheira a angústia e morte. Cobain tava mal pra cacete e o disco causa um certo mal estar.
12. VERSION 2.0 - Garbage
O segundo disco do Garbage é do tipo chiclete. Quando se começa a ouvir, não pára mais. Muita porradaria, guitarras, eletrônica e três baladonas de arrasar.
13. ELASTICA - Elastica
Um desgraçado me roubou esse disco e eu nunca consegui adquiri-lo de novo. Gostoso como chocolate. Deixe tocando numa festa e fique tranquilo...
14. DUMMY - Portishead
A obra-prima que o trip-hop produziu. Pelo menos, até onde eu conheci. Deprê mas com estilo. Cada faixa melhor que a outra.
16. FASHION NUGGET - Cake
O disco que tem a cover de "I Will Survive". Excelente. As letras da banda são doidera e aquele clima de mariachis é muito bom.
17. DIRTY - Sonic Youth
Microfonia, barulho e melodias pegajosas num discão. "Youth Against Fascism" é dessas canções que despertam raiva na gente. Dá vontade de brigar com o primeiro que aparecer na frente..hehhe..
18. WHAT'S THE STORY(MORNING GLORY)? - Oasis
"O" disco do Oasis. Sem esse disco, a banda não seria o que é hoje. Aliás, a banda não é mais tão boa quanto era nesse disco. Uma barulheira dos diabos.
19. THE REAL THING - Faith No More
O disco que eu mais ouvi na minha vida. Lembro de um acampamento que eu fiz. A turma colocava esse disco pra tocar de duas em duas horas..hehehe. Depois a banda fez outro discão (ANGEL DUST), mas aí já é outra história...
20. ZOOROPA - U2
A continuação de Achtung Baby é quase tão bom quanto o anterior.
Nacionais
1. A TEMPESTADE - Legião Urbana
Renato Russo sabia que ia morrer e deu tudo de si pra que nós tivéssemos o privilégio de ouvir essa pérola. Disco de fazer chorar. Renato abandona as metáforas e apresenta a realidade nua e crua.
2. V - Legião Urbana
O disco da Legião que tem a melhor música da banda: "Vento no Litoral". E não é só isso...
3. O DESCOBRIMENTO DO BRASIL - Legião Urbana
Disco sofisticado, triste, mas ainda com a força dos primeiros discos da banda. Nesse disco, Renato Russo está cada vez melhor como cantor e os arranjos estão mais complexos.
4. RAPPA-MUNDI - O Rappa
Redondinho, o disco que botou o Rappa no primeiro escalão do rock brasileiro. Pena que veio um idiota e acabou com a alegria de Marcelo Yuka.
5. LOS HERMANOS - Los Hermanos
Punk hardcore + Música latina + Romantismo à Altemar Dutra + ska. A grande banda da atualidade.
6. DA LAMA AO CAOS - Chico Sciense & Nação Zumbi
Primeiro disco do sujeito que botou Recife no mapa da música pop brasileira. Chico morreu no auge da criatividade. Impossível dizer até onde ele iria.
7. RAIMUNDOS - Raimundos
Lembro da primeira vez que ouvi esse troço. Era fim do show do Chico Sciense na barraca Biruta e eu sentado no meio-fio ouvi "na-na-na o diabo", seguido de uma zoadeira de guitarra e um vocal que mal dava pra ouvir. Nunca até hoje se fez um disco com tanta putaria..hehehhe
8. O PIERRÔ DO BRASIL - Marina Lima
"Sim, eu resolvi me ausentar para ocultar a minha dor" canta Marina, depois de voltar de um período em que perdeu a voz por causa da angústia. Discão, discão...
9. LADO B/LADO A - O Rappa
Disco mais arriscado do Rappa, mas que curiosamente acabou trazendo mais hits do que o anterior. Dele veio "Me Deixa", "A Minha Alma" e "O que sobrou do céu", que também renderam clipes que viraram obras-primas. De arrepiar...
10. USUÁRIO - Planet Hemp
Dá pra sentir cheiro de maconha ouvindo esse disco. A música é muito boa, a fusão de rap com rock que eles fizeram, nem os americanos do Cypress Hill e Rage Against the Machine conseguiram fazer tão bem. E os caras são uns irresponsáveis..hehehe
11. TELEVISÃO DE CACHORRO - Pato Fu
Pop rock gostoso que ainda tem faixas de Gilberto Gil, Renato Russo e Maskavo Roots. Bom demais.
12. PARTY UP - Toyshop
Um disco pra se fazer festa. Punk rock melódico com a belíssima Natasha mandando ver.
13. O CHAMADO - Marina Lima
Outra belezura depressiva de Marina Lima. Destaque para o encarte com algumas frases belíssimas. Continua a feliz parceria com o poeta, filósofo e irmão Antônio Cícero.
14. MAIS - Marisa Monte
O disco mais pop-rock de Marisa, mas que tem a canção mais bela e mais mpb cantada pela moça: "Rosa", do Pixinguinha.
15. A VIDA É DOCE - Lobão
Lobão volta de um coma de 15 dias e vomita o primeiro disco sóbrio da sua carreira. Surpreendente.
16. THE HIPS OF TRADITION - Tom Zé
O famoso disco de Tom Zé produzido pelo David Byrne. Tem gente que só ouve heavy metal e é fã desse disco do velhinho com jeitão de menino. Vai entender...
17. VERDE, AMARELO, COR-DE-ROSA E CARVÃO - Marisa Monte
O maior sucesso de Marisa Monte. Bem produzido pra caramba e ainda traz canções do tipo enterradas pela contra-cultura.
18. GOL DE QUEM? - Pato Fu
Loucura. É nesse disco que tem a bela "Sobre o Tempo" e a versão amalucada de "A Volta do Boêmio" de Nelson Gonçalves.
19. STRESS, DEPRESSÃO E SÍNDROME DE PÂNICO - Autoramas
Bem que essa banda merecia mais consideração pela mídia. Ótimo disco. Eles já tão lançando outro.
20. ATRÁS DOS OLHOS - Capital Inicial
O retorno de Dinho e o disco que precedeu um dos melhores acústicos já feitos pela MTV brasileira.
terça-feira, setembro 03, 2002
CIDADE DE DEUS
Fernando Meireles foi o diretor de um dos filmes brasileiros mais odiosos que eu já tive o desprazer de ver - DOMÉSTICAS, O FILME. Esse filme deu um mal estar desgraçado de ver, já que o cinema há tempos deixou de ser diversão popular. Ver um monte de dondoca e mauricinho rindo de empregadas, sempre mostradas como burras e feias, foi de doer. Por isso, fiquei achando que eu não ia gostar desse CIDADE DE DEUS, do mesmo diretor.
Mas que nada. CIDADE DE DEUS é um filme-acontecimento. Uma maravilha narrativa. O modo como ele mostra o comércio ilegal de drogas nas favelas (as bocas) chega a ser didático. Além de tudo, os personagens impressionam, alguns ganham a nossa simpatia (Bené, Mané Galinha e Buscapé) e outros despertam a ira (Zé Pequeno). Impossível não lembrar de OS BONS COMPANHEIROS e CASINO, ambos de Martin Scorsese. Assim como esses filmes, a narração em off do personagem Buscapé começa numa década e pára em outra, apresenta vários personagens e tem doses fortes de violência. A diferença é que não estamos em Nova York ou Las Vegas. Estamos numa favela carioca. Bem mais perto da gente.
Se vemos o filme dentro da sua proposta narrativa e não como uma tentativa de mudar o mundo, gostamos mais ainda dele. Sequências de violência assustadoras como a de Zé Pequeno atirando no pé de uma criança de 5 anos são de cortar o coração. Não dá pra esquecer de Buscapé sofrendo feito um condenado e ganhando uma mixaria tentando fugir do destino de quem geralmente habita a Cidade de Deus. Não dá pra esquecer da despedida de Bené. Não dá pra esquecer o bando de Zé Pequeno metralhando a casa de Mané Galinha. E nem dá pra esquecer que quem interpreta Mané Galinha é Seu Jorge, cantor que já morou na rua, feito mendigo.
O elenco, formado por gente da própria favela, está extraordinário. Mateus Nachtergaele está muito foda como o traficante Cenoura. Já até estou em dúvida se o melhor filme brasileiro do ano é esse ou O INVASOR. Sem falar que o nosso cinema está atraíndo novamente a atenção do mundo.
Fernando Meireles foi o diretor de um dos filmes brasileiros mais odiosos que eu já tive o desprazer de ver - DOMÉSTICAS, O FILME. Esse filme deu um mal estar desgraçado de ver, já que o cinema há tempos deixou de ser diversão popular. Ver um monte de dondoca e mauricinho rindo de empregadas, sempre mostradas como burras e feias, foi de doer. Por isso, fiquei achando que eu não ia gostar desse CIDADE DE DEUS, do mesmo diretor.
Mas que nada. CIDADE DE DEUS é um filme-acontecimento. Uma maravilha narrativa. O modo como ele mostra o comércio ilegal de drogas nas favelas (as bocas) chega a ser didático. Além de tudo, os personagens impressionam, alguns ganham a nossa simpatia (Bené, Mané Galinha e Buscapé) e outros despertam a ira (Zé Pequeno). Impossível não lembrar de OS BONS COMPANHEIROS e CASINO, ambos de Martin Scorsese. Assim como esses filmes, a narração em off do personagem Buscapé começa numa década e pára em outra, apresenta vários personagens e tem doses fortes de violência. A diferença é que não estamos em Nova York ou Las Vegas. Estamos numa favela carioca. Bem mais perto da gente.
Se vemos o filme dentro da sua proposta narrativa e não como uma tentativa de mudar o mundo, gostamos mais ainda dele. Sequências de violência assustadoras como a de Zé Pequeno atirando no pé de uma criança de 5 anos são de cortar o coração. Não dá pra esquecer de Buscapé sofrendo feito um condenado e ganhando uma mixaria tentando fugir do destino de quem geralmente habita a Cidade de Deus. Não dá pra esquecer da despedida de Bené. Não dá pra esquecer o bando de Zé Pequeno metralhando a casa de Mané Galinha. E nem dá pra esquecer que quem interpreta Mané Galinha é Seu Jorge, cantor que já morou na rua, feito mendigo.
O elenco, formado por gente da própria favela, está extraordinário. Mateus Nachtergaele está muito foda como o traficante Cenoura. Já até estou em dúvida se o melhor filme brasileiro do ano é esse ou O INVASOR. Sem falar que o nosso cinema está atraíndo novamente a atenção do mundo.
segunda-feira, setembro 02, 2002
SEPULTURA PARA A ETERNIDADE (Quartermass and the Pitt / Five Million Years from Earth)
Hoje estou num dia daqueles. Irritado e irritando. Quero ainda comentar filmes importantes como CIDADE DE DEUS (que cresce cada vez mais em minha memória). Mais isso fica pra amanhã. Hoje vou começar por um filme que eu não tenho muito do que falar. SEPULTURA PARA A ETERNIDADE é uma produção da Hammer, com os defeitos e as qualidades de um bom filme B. Passou na BAND na semana passada. Na história, uma nave espacial é encontrada em meio aos escombros de uma construção. Cientistas e militares tentam decifrar os mistérios dessa nave. O filme lembra de imediato a série ARQUIVO X, com as investigações em torno de discos voadores, conspirações e crenças religiosas. Chris Carter deve ter se inspirado nesse filme pra fazer a sua série. O maior problema do filme é que ele envelheceu bastante e dá até pra rir dos efeitos especiais. Os marcianos parecem mais um desses bonecos de pokemon que a gente compra em qualquer super-mercado. Mas o filme tem uma atmosfera de mistério que compensa essas limitações. Estou esperando que alguma emissora passe os filmes de Drácula clássicos da Hammer.
Hoje estou num dia daqueles. Irritado e irritando. Quero ainda comentar filmes importantes como CIDADE DE DEUS (que cresce cada vez mais em minha memória). Mais isso fica pra amanhã. Hoje vou começar por um filme que eu não tenho muito do que falar. SEPULTURA PARA A ETERNIDADE é uma produção da Hammer, com os defeitos e as qualidades de um bom filme B. Passou na BAND na semana passada. Na história, uma nave espacial é encontrada em meio aos escombros de uma construção. Cientistas e militares tentam decifrar os mistérios dessa nave. O filme lembra de imediato a série ARQUIVO X, com as investigações em torno de discos voadores, conspirações e crenças religiosas. Chris Carter deve ter se inspirado nesse filme pra fazer a sua série. O maior problema do filme é que ele envelheceu bastante e dá até pra rir dos efeitos especiais. Os marcianos parecem mais um desses bonecos de pokemon que a gente compra em qualquer super-mercado. Mas o filme tem uma atmosfera de mistério que compensa essas limitações. Estou esperando que alguma emissora passe os filmes de Drácula clássicos da Hammer.