segunda-feira, maio 08, 2006
TRÊS DERRAPADAS
O dia hoje está bem atarefado pra mim, mas vou aproveitar o horário do almoço pra atualizar o blog, nem que seja fazendo textos bem rasteiros. Como não estou com condições de escrever nada inspirado, falemos das decepções, de filmes de autores que eu gosto - se bem que eu nunca fui fã de Richard Stanley -, mas que me decepcionaram. São três filmes de estilos e gêneros completamente distintos.
SELA DE PRATA (Sella D'Argento)
Comecemos com Lucio Fulci, um dos grandes mestres do horror italiano. Antes de ele ficar famoso com seus opus horroríficos, Fulci era um diretor de western spaghetti. SELA DE PRATA (1978) foi o primeiro exemplar do gênero que eu vi, dirigido por ele. E a decepção foi grande. O filme tenta imitar o estilo de ERA UMA VEZ NO OESTE, de Leone, até na opção pela música-tema de cada personagem. Tem a música do vilão, a do herói (Giuliano Gemma) e a do bufão. A desse último lembra demais o tema usado para o personagem de Jason Robards no filme do Leone. A trama é bem boba: jovem pistoleiro quando jovem presencia a morte de seus pais. Quando cresce pretende se vingar da família que os matou por causa de dinheiro. A situação se complica quando ele se afeiçoa a um garotinho da família. Aquele final, não dá pra levar a sério de jeito nenhum. O DVD nacional está com uma imagem horrível. Deve ter sido copiado do vhs italiano. O amigo Marcos Felipe tem uma relação de afeto com esse filme, provavelmente por tê-lo visto no cinema e durante a infância.
DUST DEVIL - O COLECIONADOR DE ALMAS (Dust Devil)
O filme tem os mesmos filtros avermelhados do título mais conhecido de Richard Stanley, HARDWARE - O DESTRUIDOR DO FUTURO (1990). DUST DEVIL (1992) é até interessante, mas tem um ritmo modorrento e uma história que não prende a atenção. Em alguns momentos também se torna confuso. Por isso, nem vou arriscar fazer uma sinopse, sob o risco de me perder. Dizem que a versão estendida, com meia hora a mais, lançada em DVD lá fora recentemente, torna o filme menos confuso, mais fluido. Pode até ser, mas eu não arriscaria ver esse filme de novo não. Mesmo sabendo que o filme tem admiradores ilustres como o Leandro Caraça e o Thomaz Albornoz. Gravado da TNT.
UM VAZIO NO CORAÇÃO (Ett Hål i mitt hjärta)
E o pior fica por último. Que porra de filme é esse que o Lukas Moodysson fez? Parece mais uma tentativa de irritar o espectador a todo custo. O sexo nesse filme é mostrado como algo nojento e repulsivo, coisa que me deixou indignado. O filme mostra quatro pessoas dentro de um apartamento fazendo besteiras. Dois homens convidam uma mulher para fazer um filme pornô dentro de casa. Dentro da casa, mora um rapaz com jeitão anti-social, e que se recusa a se relacionar com o pai ou com qualquer outra pessoa. Aos poucos, o filme vai mostrando os traumas e os problemas de cada um. Mas a edição picotada me deixou perturbado e doido pra que o filme acabasse logo. Foi mais uma experiência de tortura do que de entretenimento. Uma pena, pois eu tinha gostado dos três filmes anteriores de Moodysson, principalmente de PARA SEMPRE LYLIA (2002). Um dado curioso desse UM VAZIO NO CORAÇÃO (2004) é que a imagem fica desfocada quando mostra imagens de pessoas que não participaram do filme, na cena do supermercado, ou pra evitar fazer propaganda de marcas. Dá impressão de que foi feito em câmera digital. Esse filme também tem um admirador conhecido: o nosso amigo Daniel the Walrus.
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